Reconhecimento de fala no silêncio e no ruído com fones em indivíduos com perda auditiva neurossensorial de diferentes configurações
Resumo
A audição é um dos sentidos mais importantes e necessária para que se estabeleça uma comunicação satisfatória entre as pessoas. Assim sendo, indivíduos acometidos por diferentes tipos de perdas auditivas, apresentam dificuldades no
reconhecimento de fala e na sua habilidade para se comunicar, de maneiras diferentes, pois existe correlação entre as dificuldades, os tipos e graus das perdas.
Estas diferenças tornam imprescindível que o audiologista avalie qualitativa e individualmente os efeitos da perda auditiva. Os objetivos desta pesquisa foram estabelecer os Limiares de Reconhecimento de Sentenças no Silêncio (LRSS) e as relações sinal/ ruído, onde foram obtidos os Limiares de Reconhecimento de Sentenças no Ruído (LRSR) com o uso de fones auriculares, utilizando o teste Listas de Sentenças em Português (LSP) e comparar os resultados dos LRSS com
os valores dos Limiares de Reconhecimento de Fala (LRF) de indivíduos com perda auditiva neurossensorial com configurações de perda plana, descendente e em
rampa (Ski). O material de teste utilizado foi composto pelas Listas de Sentenças em Português (LSP) proposto por Costa (1998). Foram avaliados 46 indivíduos adultos, dos gêneros masculino e feminino, com idades variando entre 15 e 83 anos. Os critérios de inclusão da amostra foram apresentar diagnóstico audiológico de perda auditiva do tipo neurossensorial, de grau leve a moderadamente severo,
comprovado por prévia avaliação da audição e não ser usuário de próteses auditivas há mais de três meses. Foram obtidos os limiares tonais, os LRF, os LRSS, os LRSR e as relações sinal/ruído. As sentenças e o ruído (fixo a 65 dB NA) foram
apresentados monoauralmente, por fones auriculares, através da estratégia ascendente-descendente (Levitt & Rabiner, 1967). Os resultados obtidos mostraram que os LRSS, e as relações sinal/ ruído onde foram obtidos os LRSR médios para
as perdas neurossensoriais em rampa, plana, e descendente, foram, respectivamente: 24,77 e + 0,29 dB NA; 43,20 e + 1,36 dB NA; 41,26 e +3,09 dB NA. Levando em consideração tais resultados, podemos afirmar que a conservação das
baixas freqüências, como é o caso da perda auditiva neurossensorial em rampa, contribuem consideravelmente para melhores resultados de reconhecimento de fala, tanto no silêncio quanto no ruído. Cada classificação de perda auditiva possui características únicas que devem ser investigadas e levadas em consideração quando envolvem os processos de avaliação, intervenção e reabilitação auditiva, uma vez que o grande objetivo a ser alcançado é um diagnóstico audiológico preciso e a melhora da qualidade de vida do paciente.