Aspectos respiratórios, posturais e vocais da doença de Parkinson considerações teóricas
Abstract
Este estudo objetivou realizar uma revisão de literatura sobre as
manifestações respiratórias, posturais e vocais, associadas aos estágios da Doença de
Parkinson e suas possíveis inter-relações, bem como, o envelhecimento na fonação.
Método: Realizaram-se buscas a partir de publicações nas bases de dados Lilacs,
Bireme, PubMed, MedLine, Scielo e Google Schoolar, tendo sido utilizados também
livros, teses, dissertações e Internet. Resultados: a senescência é um processo
fisiológico a todos os seres humanos, gerando modificações anátomo-funcionais,
especialmente a partir dos 60 anos, como atrofia muscular, calcificação das cartilagens
laríngeas, e redução na capacidade respiratória, refletindo-se na voz através de
alterações no pitch, instabilidade, decréscimo dos tempos máximos de fonação e
restrição à intensidade vocal. A Doença de Parkinson ocasiona uma série de alterações
funcionais, por exemplo, rigidez, tremor, bradicinesia, redução na força muscular
respiratória, nos tempos máximos de fonação e na intensidade vocal, bem como
alterações posturais. Suas repercussões ocorrem simultaneamente, devido às cadeias
musculares, na postura corporal, na respiração e, conseqüentemente, na fonação.
Desvios posturais, como anteriorização da cabeça, protrusão de ombros e hipercifose
torácica são comuns no envelhecimento e na DP e contribuem para os distúrbios vocais,
por meio de desvantagens biomecânicas, especialmente no segmento cérvico-escapular.
Associado às alterações posturais, ocorre o decréscimo na força muscular respiratória
que propicia menor expansibilidade da caixa torácica, redução nos volumes e
capacidades pulmonares, interferindo na produção vocal. Há uma tendência de que
esses distúrbios ocorram com maior freqüência e gravidade de acordo com o estágio em
que o parkinsoniano se encontra. Conclusão: Baseado na premissa de que o movimento
humano e suas desordens, assim como os distúrbios da comunicação advindos tanto do
envelhecimento quanto de doenças neurológicas apresentam-se inter-relacionados por
meio de complexas redes neurais e músculoesqueléticas, torna-se essencial uma melhor
compreensão da fisioterapia e da fonoaudiologia acerca dessas interações, a fim de que
haja complementaridade, visando ao bem-estar do indivíduo.