Língua e linguagem no diálogo mãe ouvinte-filho surdo
Fecha
2011-08-11Metadatos
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Esta pesquisa analisou as possibilidades de diálogo entre mãe-ouvinte/filho-surdo
em situação monolíngue em Português Brasileiro (PB) e bilíngue (PB e Língua
Brasileira de Sinais - LIBRAS), o discurso materno acerca de seus sentimentos para
com a surdez e a relação desses com a escolha da proposta
terapêutica/educacional para os filhos e o domínio linguístico da criança surda em
situação bilíngue ou monolíngue na interação com as mães. A análise foi qualitativa,
descritiva, de casos e a amostra de conveniência, constituída de três crianças de
ambos os sexos, entre 2 e 6 anos, com diagnóstico de surdez bilateral de grau
severo ou profundo usuárias ou não de Aparelho de Amplificação Sonora Individual
que não apresentavam outro distúrbio associado e que estivessem em atendimento
no Serviço de Atendimento Fonoaudiológico da Universidade Federal de Santa
Maria. As mães foram entrevistadas, respondendo perguntas com temas acerca das
escolhas linguísticas, educacionais e terapêuticas e dos sentimentos maternos
acerca da surdez. As respostas foram transcritas e categorizadas a partir das
respostas que explicitassem as representações maternas sobre a surdez e as
possibilidades linguísticas dos filhos. Foram, também, realizadas filmagens das
díades em situação lúdica, sendo transcritas codificando os enunciados de modo
distinto. A análise das filmagens enfocou a situação comunicativa, a existência ou
não de diálogo entre mãe-filho, e o domínio linguístico das crianças em ambas as
línguas. Os resultados demonstraram que a criança em situação bilíngue apresentou
maior domínio linguístico tanto em função da disposição de LIBRAS e PB, quanto
pela aceitação maior de sua condição auditiva por parte a mãe; o fato de apresentar
surdez severa teve influência positiva em seu desenvolvimento linguístico. As duas
crianças em situação monolíngue em PB apresentaram domínio linguístico menor,
tanto pela presença de surdez profunda, como pela menor aceitação de sua
condição auditiva por parte dos familiares. Concluiu-se que as possibilidades de
engajamento no diálogo de sujeitos surdos em situação bilíngue são ampliadas na
medida em que haja aceitação familiar de sua condição auditiva e compreensão das
suas possibilidades linguísticas, educacionais e terapêuticas, pois o funcionamento
de linguagem foi maior no sujeito bilíngue PB e LIBRAS do que nos monolíngues em
PB na amostra estudada.