Condição auditiva de frequentadores de grupos de apoio a ex-usuários de drogas
Fecha
2012-03-05Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
O presente trabalho tem como objetivo verificar a condição auditiva de
frequentadores de grupos de apoio a ex-usuários de drogas. Foram avaliados 17
indivíduos ex-usuários de drogas, estando entre as mais usadas a maconha, o crack
e a cocaína. Os indivíduos foram divididos em dois grupos, conforme o tipo de droga
mais consumida: Grupo 1 (G1) 10 ex-usuários de maconha; Grupo 2 (G2) sete
ex-usuários de crack/cocaína. Para a análise dos resultados, houve uma subdivisão
conforme o tempo de uso de drogas: um a cinco anos, seis a 10 anos e mais do que
15 anos. Os indivíduos foram submetidos à anamnese, audiometria tonal liminar
(ATL), medidas de imitância acústica, emissões otoacústicas transientes (EOAT),
efeito supressor das EOAT e potenciais evocados auditivos de tronco encefálico
(PEATE). Ao comparar os resultados da ATL do G1 e G2 com um a cinco anos de
uso de drogas, o G2 apresentou limiares tonais maiores que 25 dBNA com diferença
estatisticamente significante nos limiares tonais para as frequências de 250, 500,
6000 e 8000 Hz na orelha direita. No grupo de seis a 10 anos de uso de drogas
houve diferença estatisticamente significante nos limiares tonais para as frequências
de 4000 e 8000 Hz da orelha esquerda, com limiares piores para o G2. Para o grupo
com mais de 15 anos de uso de drogas, observou-se limiares tonais acima de 25
dBNA para as frequências de 3000 a 8000 Hz na orelha direita. Nas avaliações com
EOAT, efeito supressor das EOAT e PEATE não se observou diferença nos
resultados quando foram comparados conforme o tempo de uso de drogas. O G1
apresentou média da relação sinal/ruído das EOAT superior ao G2, porém sem
diferença estatisticamente significante. Os dois grupos não diferiram quanto à
ocorrência do efeito supressor das EOAT, bem como quanto às latências absolutas
e aos intervalos interpicos do PEATE. Ressalta-se que apenas cinco indivíduos
apresentaram resultados adequados para a faixa etária no PEATE. O tempo de uso
da droga exerceu influência nos resultados do G1 na ATL e PEATE; observou-se
que quanto maior o tempo, maiores as alterações. Porém, o tempo de uso não
interferiu nos resultados das avaliações do G2. Os resultados encontrados sugerem
que o uso de drogas pode provocar alterações auditivas periféricas e centrais, e que
o uso de crack/cocaína é mais deletério para a audição que o uso de maconha.