Potenciais Evocados Auditivos de Longa Latência e metabolismo oxidativo em recém-nascidos a termo e prematuros
Abstract
INTRODUÇÃO: A integridade e funcionamento adequado das estruturas centrais são importantes para o desenvolvimento cognitivo e linguístico, e os Potenciais Evocados Auditivos de Longa Latência (PEALL) permitem avaliar o processamento da informação auditiva, sendo considerados como indicadores do desenvolvimento cognitivo, principalmente em prematuros, os quais são de risco para alterações do processamento auditivo e de linguagem. Os recém-nascidos prematuros também são vulneráveis à alterações celulares, sendo que as mesmas podem causar diversas doenças no período neonatal. A pesquisa do metabolismo oxidativo por meio do Teste de Micronúcleos permite a identificação dessas alterações em nível celular. OBJETIVO: Avaliar os PEALL e o metabolismo oxidativo em recém-nascidos a termo e prematuros. MATERIAL E MÉTODO: Participaram do estudo recém-nascidos com até um mês de vida que compareceram ao Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) para realização da Triagem Auditiva Neonatal (TAN). Os neonatos foram divididos em grupo controle (GC) e grupo estudo (GE), sendo constituídos por recém-nascidos a termo e prematuros, respectivamente. A amostra foi constituída por 15 indivíduos em cada grupo para avaliação do metabolismo oxidativo, e 15 recém-nascidos a termo e 10 prematuros para avaliação dos PEALL. Para o teste de micronúcleos foram coletadas células epiteliais da mucosa oral, por meio do esfregaço da mucosa oral, com uma escova cytobrush. As células foram analisadas em laboratório. Os PEALL foram pesquisado de forma binaural, por meio de fones de inserção, com estímulo de fala frequente /ba/ e raro /ga/, sendo analisados apenas os potenciais exógenos (P1, N1, P2 e N2). RESULTADOS: De maneira geral, para a pesquisa do metabolismo oxidativo, houve diferença estatisticamente significante entre os grupos para as análises do Teste de Micronúcleos, sendo que o número de micronúcleos e de células alteradas foi maior no grupo de prematuros quando comparados com o grupo de recém-nascidos a termo. Para os PEALL não houve diferença estatisticamente significante para as latências dos componentes P1 e N1. CONCLUSÕES: A partir desse estudo pode-se concluir que os recém-nascidos prematuros apresentaram um índice maior de danos celulares a nível nuclear quando comparados com os recém-nascidos a termo. Na avaliação eletrofisiológica dos potenciais corticais, foi possível observar os componentes exógenos P1 e N1, porém não houve diferenças entre os grupos. São necessários mais estudos nessa área, a fim de se conhecer melhor as características desses potenciais em recém-nascidos e crianças pequenas.