Influência da hipermobilidade articular generalizada sobre as funções estomatognáticas, articulação temporomandibular e oclusão dentária
Fecha
2014-03-14Metadatos
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A hipermobilidade articular generalizada (HAG) representa uma variação extrema da mobilidade articular normal e é considerada um fenômeno benigno e não patológico. Entre as suas manifestações estão a redução da propriocepção, e consequentemente, da coordenação motora. Acredita-se que a articulação temporomandibular (ATM) esteja entre as articulações acometidas pela HAG. Este fato instigou esta pesquisa, que se propôs avaliar a influência da HAG sobre a ATM, as funções estomatognáticas de mastigação e deglutição e a oclusão dentária em mulheres. 43 mulheres participaram, voluntariamente, da pesquisa, realizada no Serviço de Atendimento Fonoaudiológico da UFSM. A HAG foi avaliada conforme os critérios de Carter e Wilkinson, modificados por Beighton e, a partir dos escores obtidos nessa escala, as voluntárias foram distribuídas em dois grupos: com HAG (GH n=17) e sem HAG (GSH n=26). Os sinais de DTM foram examinados conforme o instrumento Critérios de Diagnóstico para Pesquisa de Desordens Temporomandibulares (RDC/TMD); as funções de mastigação e deglutição foram avaliadas por meio do exame miofuncional orofacial (protocolo MBGR Marchesan, Berretin-Felix, Genaro, Rehder, 2009); e a avaliação da oclusão compreendeu a classificação de Angle, presença de sobremordida, sobressaliência, mordida aberta ou cruzada, padrão de desoclusão e interferências oclusais. Os resultados analisados demonstraram predomínio de ruídos articulares durante movimentos mandibulares (52,9%) e de desvio na abertura da boca (76,5%) nas voluntárias do GH. O padrão de mastigação apareceu alterado em 48,1% das voluntárias do GH, e foi verificada uma associação significativa entre o padrão de mastigação e de abertura da boca, apenas no GSH (p=0,05). Quanto à oclusão, nenhuma voluntária apresentou uma oclusão ideal e não se verificou diferença significativa na Classe de Angle entre os grupos. As alterações na oclusão obtiveram percentual maior no GH (29,4% de sobremordida, 47,1% de sobressaliência e 17,6% de mordida cruzada), com diferença significativa na mordida cruzada no GH (p=0,05). Estes achados sugerem que as mulheres com HAG apresentam uma redução da propriocepção e, consequente, comprometimento da estabilidade articular e coordenação neuromuscular. Além disso, as alterações oclusais em mulheres com HAG, podem ser decorrentes da fragilidade do tecido conjuntivo presente nessa condição.