A importância da taxa de câmbio e da substituição entre as poupanças interna e externa sobre o crescimento econômico do Brasil - 1995 a 2012
Abstract
O presente trabalho teve o objetivo de investigar o impacto do uso da poupança externa na substituição da poupança interna e na apreciação da taxa de câmbio, bem como a influência dessas variáveis sobre o crescimento econômico brasileiro entre 1995 e 2012.
O Brasil, após a implantação do plano real, adotou uma estratégia de estabilização e crescimento pautados na larga utilização de capitais estrangeiros. Isso, apesar de contribuir, em um primeiro momento, para controle da taxa de câmbio em níveis apreciados e para a convergência dos preços internos com os externos, contribuiu, ao longo do tempo, para o desenvolvimento de uma excessiva dependência da poupança externa, perda de competitividade da indústria nacional e aumento da dívida pública federal.
A teoria convencional diz que a insuficiente poupança interna em um país pode ser complementada pela poupança externa, a fim de alavancar os investimentos. No entanto, as análises econométricas realizadas com mecanismo de correção de erros demonstraram que a poupança interna brasileira foi impactada negativamente pela poupança externa e pela dívida pública federal. Não obstante, o PIB, no período estudado, foi influenciado negativamente pela tendência de apreciação cambial. Portanto, os resultados direcionam para a necessidade da diminuição da dependência externa, a fim de permitir redução da taxa de juros, evitar a substituição entre as poupanças e permitir maior disponibilidade de recursos domésticos para investimento. Adicionalmente, demonstram que depreciações na taxa de câmbio são capazes de contribuir para o crescimento econômico brasileiro de longo prazo.