O comportamento da indústria de transformação brasileira entre 1996 e 2011: uma análise a partir de indicadores técnicos e econômicos
Resumo
Esta dissertação tem como objetivo analisar o comportamento da indústria de transformação brasileira através de indicadores técnicos e econômicos, no período de 1996 a 2011. A metodologia engloba o uso dos indicadores técnico-produtivos como densidade produtiva, produtividade do trabalho, margem de custo com trabalho, margem de custo de matéria-prima, operacional e de produção e os indicadores de rentabilidade corrente pela margem líquida de excedente e mark up, e global, através da margem de lucro. Além disso, para uso da classificação das indústrias (feita pela intensidade tecnológica), utilizou-se a metodologia da OCDE. O referencial teórico aborda conceitos sobre as estruturas de mercado sob um ponto de vista dinâmico que envolve elementos das transformações da indústria, como o progresso técnico. Tem como hipótese que as mudanças gerais da economia brasileira, tanto no que se refere às reformas institucionais quanto às políticas econômicas dos anos de 1990 e 2000, bem como as mudanças da indústria associadas ao contexto impactaram de forma assimétrica os setores (indústrias), especialmente sobre os indicadores técnico-produtivos e econômicos. A partir dos resultados, constatou-se, de forma geral, redução da produtividade do trabalho e um menor adensamento nas cadeias produtivas dos diversos grupos industriais, principalmente os de maior nível tecnológico, ou seja, a indústria de transformação apresentou menor capacidade do recurso humano agregar valor ao produto e da indústria de gerar valor no processo produtivo. De outro modo, quanto aos indicadores de margens de custos e rentabilidade, estes apresentaram um comportamento também assimétrico. Enquanto ocorreu redução média da margem de custo de produção no total geral da indústria de transformação por conta da redução da margem de custo com trabalho, houve, entre os grupos industriais, um movimento pouco definido, embora não generalizado. Em muitos setores, a queda da margem de custo com trabalho contribuiu para a elevação da margem líquida de excedente mesmo que, nem sempre, acompanhada de maior margem de lucro, dada a elevação das margens de custo com operações industriais. As variações das margens de custos de produção também se refletem nas variações do mark up, o qual apresentou uma pequena elevação para o conjunto da indústria de transformação e um comportamento bastante assimétrico para os diferentes grupos industriais. Embora com variações de curto prazo e alguns poucos setores terem diminuído a relação preço/custo direto, na grande maioria, a indústria manteve-se em igual nível ou elevou-se para alguns casos.