Informática e educação inclusiva: discutindo limites e possibilidades
Abstract
Dentre os temas presentes nas discussões mundiais sobre educação, atualmente, encontramos a questão da utilização da Informática na educação e o processo de inclusão de alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEEs) na rede regular de ensino. Fala-se constantemente na necessidade de articulação entre Educação e Informática para o desenvolvimento de uma efetiva prática pedagógica, conectada com os interesses da maioria dos alunos e capaz de possibilitar a superação de limites pelos alunos com NEEs. Diante dessa realidade, realizamos a presente pesquisa, tendo como objetivos identificar como a tecnologia computacional tem sido utilizada pelos professores de alunos com NEEs incluídos na rede regular de ensino do município de Santa Maria/RS, com intuito de compreender sob que enfoque o computador pode e está sendo utilizado no processo de inclusão desses alunos, procurando analisar quais metodologias e concepções educacionais embasam a atuação dos professores frente à referida tecnologia. Para a coleta dos dados, utilizamos entrevistas semi-estruturadas com cinco professores de quatro escolas da rede regular de ensino público de Santa Maria, além de uma professora multiplicadora do Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) do referido município. Na busca de coerência durante o percurso investigativo, mas, principalmente, por estarmos caminhando em uma área em que os aspectos subjetivos são determinantes, a análise dos dados coletados foi feita sob a abordagem qualitativa. Constatamos com este estudo que apesar dos obstáculos existentes e que precisam ser superados em médio prazo, a forma como a Informática Educativa está sendo concebida e utilizada pelos professores com os alunos que possuem NEEs favorece o processo de inclusão desses alunos. Ainda que apresente significativas limitações, a prática pedagógica dos professores entrevistados está possibilitando que todos os seus alunos, tenham eles ou não NEEs, vivenciem atividades frente ao computador. Nesse sentido, mesmo que a aprendizagem de conteúdos não seja diretamente favorecida, acreditamos que o uso do computador de forma democrática, igualitária e não excludente proporciona aos alunos com NEEs em processo de inclusão o desenvolvimento da autonomia, da auto-estima, de aspectos sociais e cognitivos do desenvolvimento, que por sua vez possibilitam que esses alunos sintam-se parte integrante dessa turma, rompendo com processos de isolamento e permitindo que eles possam interagir com seus colegas.