A universidade e o mundo do trabalho no contexto neoliberal: refletindo acerca da formação em ciências sociais e do profissional sociólogo
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2009-06-16Metadatos
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A presente Dissertação de Mestrado insere-se na linha de pesquisa Práticas Escolares e Políticas Públicas do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM. O objetivo que direciona este estudo consiste em elucidar os desafios do atual contexto socioeconômico para a educação superior universitária de forma geral e, no âmbito da área de ciências sociais e humanas de forma particular. A metodologia seguiu uma abordagem qualitativa, através da técnica de estudo de caso, utilizando como instrumento de coleta de dados, entrevistas individuais e semi-estruturadas que foram gravadas e,
posteriormente, transcritas e analisadas através do método de análise de conteúdo. Para o estudo da relação entre
o atual contexto socioeconômico e a educação superior universitária a pesquisa delimitou o seu debate em torno
das questões referentes ao mundo do trabalho e da universidade pública, relacionando-os ao contexto do
neoliberalismo. Para a discussão sobre a área de ciências sociais e humanas, a pesquisa centrou seu campo de
investigação sobre o curso de graduação em Ciências Sociais e do profissional sociólogo valendo-se do debate com alunos e professores do curso de Graduação em Ciências Sociais da UFSM. As mudanças no mundo do trabalho e da produção delineiam-se como problemática central, especialmente no tocante aos seus desdobramentos no papel da Universidade. Tais questões tornaram-se, assim, mais evidentes com a redefinição do papel do Estado e das políticas públicas, que adquiriram, a partir dos anos 1990, um enfoque neoliberal,
aliado ao discurso de que a superação dos atuais problemas socioeconômicos requer um novo perfil de trabalhador e, consequentemente, de um novo modelo de formação profissional, o que possibilitaria a inserção do país na nova dinâmica mundial. Dessa forma a universidade vem sendo pressionada a reger suas atividades sob a lógica da produtividade e da competitividade, condizentes à economia de mercado, e convocada a uma participação mais ativa no sentido de incrementar a concentração na investigação na área tecnológica relegando a importância dos conhecimentos da área de ciências sociais e humanas a um segundo plano. Esta realidade é evidenciada nos dias atuais através do favorecimento no financiamento de pesquisas e carreiras ligadas às novas tecnologias, sobretudo as que possuem consequências mais imediatas no sistema produtivo. Sem negar a importância do fomento da investigação na área tecnológica para o desenvolvimento econômico e social do país, o que esta pesquisa pretende problematizar é que, no atual contexto, o fato da área de ciências sociais e humanas
não compatibilizar as mesmas prioridades do que a primeira incide em que a universidade renuncie à sua histórica missão pública de pensamento crítico e no empecilho de pensar a própria realidade desde perspectivas diferentes, o que ataca de forma direta a autonomia desta instituição. Deste modo o maior desafio a ser enfrentado pela universidade, no atual contexto socioeconômico, passa a ser o de adaptar os padrões de educação às novas circunstâncias, sem promover a descaracterização da universidade.