A teoria social do reconhecimento como fenômeno pedagógico: a relação teoria e prática
Resumo
Esta pesquisa propõe refletir a respeito dos saberes teóricos e práticos envolvidos ao longo da formação do pedagogo na Universidade Federal de Santa Maria -- UFSM, buscando compreender, à luz da teoria do reconhecimento do outro, o que está escondido na identidade do curso. Por analogia com o mito da Jarra de Pandora, percebe ser importante o constante movimento de abertura ao outro, o diferente, mesmo que a necessidade de revelar isso, em muitos momentos, venha a causar desconfortos e conflitos. Segundo os aportes teóricos da teoria crítica, mais especificamente, da teoria do reconhecimento do outro, de Axel Honneth, o trabalho busca possibilitar uma maior compreensão do papel do outro na formação, mostrando que, nesse movimento, quando o eu é deparado com o outro, retorna a si diferente e enriquecido de novas experiências. O mesmo processo ocorre quando teoria e prática se reconhecem mutuamente, pois ambas se influenciam e se constituem a partir da descoberta do si mesmo no outro. A questão norteadora da pesquisa é guiada pelas reflexões e análises ancoradas no campo da Filosofia da Educação, do seguinte modo: Quais as novas formas de sociabilidade e convivência, as novas fontes vivas de reconhecimento do outro, expressas na convivência social, que poderiam subsidiar uma nova compreensão da relação entre teoria e prática no ambiente pedagógico? Assim como a teoria do reconhecimento, o dilema educacional entre teoria e prática percebe a necessidade de ampliar a discussão para além do ambiente intraescolar, considerando também a educação como um fenômeno social que perpassa as instâncias da família, do estado e da sociedade como um todo. Essas instâncias estão presentes na gênese da constituição educacional e, desse modo, são possibilidades que surgem para pensar e refletir sobre o operar pedagógico ancorado no reconhecimento do outro.