Formação de professores em educação especial: possibilidades de autocompreensão na Teoria do Reconhecimento
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2012-04-28Metadatos
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Este trabalho pretende aprofundar a discussão sobre a Teoria do Reconhecimento e suas possíveis contribuições para a formação de professores em Educação Especial. Visto o intenso debate que se coloca frente às atuais práticas inclusivas, refletimos sobre a compreensão e a autocompreensão do reconhecimento da diferença na formação desses profissionais. A partir das demandas da inclusão, algumas questões orientam esta pesquisa teórica: entre tantos discursos sobre a diferença, o que, efetivamente, entendemos por reconhecimento da diferença? A formação de professores de Educação Especial reduz a diferença em suas práticas ou a amplia de tal forma que não a reconhece pela sua segregação ou fragmentação excessiva? No propósito de encontrar algumas respostas possíveis às reflexões que se impõem, a presente pesquisa tem como objetivo central colaborar, a partir da teoria de Axel Honneth, com uma nova e revisada autocompreensão hermenêutica da formação na área de Educação Especial, a fim de potencializar a autocompreensão docente frente às exigências do reconhecimento social do outro. Com um estudo de cunho bibliográfico, buscamos relacionar, metaforicamente, a história da Educação Especial com o mito de Procrusto e Teseu. Desse modo, percebemos, historicamente, que, ao lançar direcionamentos pedagógicos às pessoas com necessidades educacionais especiais, a Educação Especial cria leitos semelhantes ao de Procrusto. Prova disso está na redundância observável na atual política de Educação Inclusiva advinda da crítica atribuída a essas práticas. Se antes a Educação Especial encurtava a diferença para caber em espaços específicos, hoje, a Educação Inclusiva alarga a diferença para preencher os espaços que lhe foram negados anteriormente. Em largos traços, podemos elencar diferentes déficits de reconhecimento no processo do seu acontecer histórico; logo, ao realizarmos uma leitura hermenêutica dos textos históricos e das políticas atuais da Educação Especial/Educação Inclusiva, depreendemos um percurso entre pólos opostos do entendimento da diferença. Nesse sentido, a Teoria do Reconhecimento colabora com a autocompreensão hermenêutica na formação de professores em Educação Especial, no sentido de abrir novos horizontes à compreensão dessa prática.