Derrubando cerca, plantando liberdade: ocupar o latifúndio, produzir felicidade!? Classe e consciência de classe: limites e desafios impostos aos assentados do Novo Horizonte II
Fecha
2012-08-03Metadatos
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O presente estudo trata sobre as limitações e desafios impostos aos assentados da
reforma agrária, recentemente instalados no Município de Santa Margarida do Sul,
no Estado do Rio Grande do Sul. Tem como objetivo principal discutir até que ponto
a compreensão do conceito de classe social e de consciência de classe consegue
se manter ou representar uma resistência, quando os camponeses são colocados
diante de situações diferentes das encontradas durante o período em que estiveram
acampados. As circunstâncias com que os assentados se defrontam, resultantes da
sociedade capitalista na qual estão inseridos, são inúmeras e envolvem desde o
apelo intenso e desenfreado ao consumo, assim como o modo de produzir as
mercadorias, em um embate entre os que defendem o modo capitalista de produção
e os que defendem uma nova forma de produção que não dependa das políticas do
capital. Tal aspecto geram conflitos internos entre os assentados, assim como
tensões com o poder público municipal e a população local, especialmente os
produtores agrícolas. Uma das ferramentas para a formação da consciência de
classe e da identidade de interesses e pertença camponesa é a educação e, nesta
ótica, os cidadãos analisados, sujeitos participantes ativos no movimento social,
contavam com o apoio da escola itinerante por eles conquistada e, nela, de seus
educadores e educandos que se mostravam como um elo propulsor de ideias, de
formação da consciência política. A pesquisa possui cunho qualitativo com
abordagem dialética, apresentando princípios de pesquisa participante, pela
compreensão de que deve ser feita a relação entre objetividade e subjetividade, ou
seja, os fatos e dados existentes. A realidade concreta deve contar com a percepção
que a população envolvida tem dessa realidade de modo que os fatos e
posicionamentos devem fazer parte das constatações e aspirações. Conclui-se que
a educação exerce papel fundamental tanto na formação e (re)construção da
consciência de classe quanto na estratificação da classe camponesa, à medida em
que os jovens, as crianças e os adolescentes que a frequentam, reproduzem,
internalizam e incorporam os valores trabalhados.