A identização docente no curso de Licenciatura em Educação Física: facilidades e dificuldades na construção do ser professor
Resumo
Aprender a ser docente, assim como aprender a ler, a amar, a comer, são aprendizagens que se concretizam através das experiências que passamos em nossas vidas. Não se nasce com o dom ou vocação para ser docente, mas sim o sujeito docente é constituído a partir de um contexto de relações sociais e de determinados processos de identização. O processo de identização docente pode ser entendido como forma de construção da docência, do fazer-se docente através das relações sociais que o sujeito estabelece com a universidade, escola, com os colegas, com os professores, com as ações de formação e consigo mesmo, desta maneira, o objetivo deste estudo foi analisar a articulação das ações formativas do curso de Licenciatura em Educação Física do CEFD/UFSM com a constituição do processo de identização docente dos futuros professores. Para realizarmos esta pesquisa, que se caracteriza por ser de abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso, foram utilizados dois (2) instrumentos de coleta de informações: a entrevista semiestruturada e o grupo focal. Os participantes foram seis (6) professores e seis (6) acadêmicos do CEFD/UFSM. Da análise das informações foram traçadas quatro (4) categorias: 1) Sobre o Processo de Identização Docente; 2) Facilitadores do Processo de Identização Docente; 3) Barreiras do Processo de Identização Docente e; 4) Possibilidades para que o Processo de Identização Docente Ocorra. Na primeira categoria, a respeito do conceito de identização docente os pontos elencados circularam a partir da identificação e caracterização profissional, a qual vai se dá pelo sujeito de maneira individual, como também, coletiva. Em relação à segunda categoria, podem-se identificar como facilitadores da construção do ser professor a reestruturação curricular do curso; as ações docentes e; o envolvimento em atividades extracurriculares como, por exemplo, a participação em núcleos/grupos de estudo pesquisa e extensão. Na terceira categoria, como barreiras, os principais pontos partiram da não avaliação do currículo; (não) identificação de alguns professores; não aproximação com a realidade escolar e; não dedicação discente. Sobre a quarta categoria, como possibilidades foram elencadas várias sugestões para uma possível melhora destas barreiras, tais como: criação de uma coordenação pedagógica; trabalho docente compartilhado e; um novo projeto de currículo. A partir de todo este estudo, percebe-se a importância das ações formativas dos cursos de formação inicial para a construção do ser professor e, principalmente, a relevância do significado dado a essas ações, bem como, o comprometimento com o aprender despertado por cada acadêmico.