Círculos de contação de histórias infantis e os processos de auto/(trans)formação permanente das educadoras no ser/fazer pedagógico
Resumo
Este relatório de pesquisa resulta em uma dissertação de Mestrado em Educação, desenvolvido na linha de Formação, Saberes e Desenvolvimento Profissional. Têm-se como objetivo investigar quais as repercussões dos círculos de contação de histórias infantis nos processos de auto(trans)formação permanente das educadoras contadoras no seu ser/fazer pedagógico. Esta pesquisa é de natureza qualitativa, do tipo pesquisa formação, com enfoque hermenêutico, pois serão interpretadas narrativas das professoras contadoras de histórias infantis que fazem parte do Grupo Hora do Conto: meninas e meninos lendo o mundo e a palavra , da Universidade Federal de Santa Maria/RS. Os sujeitos de pesquisa são quatro educadoras que atendem educandos dos anos iniciais e que atuam em escolas. Para percorrer as diversas visões de mundo, escolhi como suporte teórico o menino que aprendeu a ler o mundo, rabiscando o chão com gravetos, Paulo Freire, que irá dialogar no decorrer dos textos com outros autores como Imbernón, Bussato, Arroyo, Coelho. Na análise dos dados procurou-se fazer um diálogo com diversos autores, entrelaçando com as narrativas das educadoras contadoras algumas histórias infantis trabalhadas nos círculos de contação de histórias. A partir dos princípios da amorosidade e da dialogicidade que tanto defendeu e vivenciou na educação, Freire nos instiga a (re)criar, (re)inventar, (re)descobrir formas de (re)contar histórias infantis e de (re)encantar nossas histórias de vida, buscando diminuir a distância que separa nosso ser do fazer pedagógico em prol de uma escola (trans)formadora, como lugar para ser feliz. O Grupo Hora do Conto: meninos e meninas lendo o mundo e a palavra, através dos círculos de contação de histórias possibilitaram momentos de experiências, permitindo as educadoras/contadoras contarem suas histórias de vida, histórias infantis, estabelecendo diálogos sobre as suas práticas educativas, contribuindo para que percebessem as lacunas em relação à ausência de contação de histórias infantis ou a forma como elas acontecem em seu ser/fazer pedagógico. Os espaços dialógico-reflexivos e as propostas construídas a partir dos encontros no/com o grupo moveram a curiosidade e a prática destas educadoras, (re)criando atitudes em relação ao ato de contar histórias.