Metanoia: histórias de vida, formação continuada e violência simbólica em uma escola do campo
Resumo
Este trabalho apresenta os resultados de pesquisa do Mestrado em Educação vinculada à Linha de pesquisa-LP1 Formação, Saberes e Desenvolvimento Profissional do PPGE/UFSM. Tal pesquisa versa sobre a metodologia de histórias de vida e narrativas (auto)biográficas como dispositivos de formação continuada aos docentes da Educação do Campo. Dessa forma, tem por objetivo refletir acerca da formação continuada de professores, visando ao não apagamento de suas características devido à instituição do modelo urbanocêntrico nas Escolas Rurais, em um contexto neoliberal capitalista. Elencamos a história de vida das trajetórias pessoal e profissional dos docentes, a fim de compreender tal fenômeno e com a disposição de criar mecanismos por meio da formação continuada, visando promover espaços de reflexão crítica do corpo docente, repensando conceitos até aqui pensados e/ou vividos. Como amparo teórico, utilizamos estudos de Abrahão (2006), Antunes (2011, 2012), Bolzan (2009), Bourdieu (2011), Caldart (2012), Charlot (2000), Dufor (2005), Freire (1987, 1997, 2009), Henz (2014), Imbernón (2010), Isaia (2009), Josso (2006), Júnior (2008), Martins (2008), Medonça (2008), Nóvoa (2009), Passeggi, Abrahão e Delory-Momberger (2012), Rocha e Martins (2011), Souza (2006, 2012), Souza e Meireles (2014), entre outros. A pesquisa encontrou como resultados os seguintes pontos: a) a existência de violência simbólica nas Escolas do Campo através do silenciamento das práticas docentes camponesas e coletivas; b) a falta de sensibilidade dos educadores e da comunidade em geral com a questão do campo; c) a possibilidade de superação desta realidade por meio da metodologia dos Círculos Dialógicos Investigativo-formativos e das escritas (auto)biográficas, as quais anunciam a superação deste cenário instituído, pois as mesmas configuram-se em espaço de diálogo e de fortalecimento da autonomia, esperança e instituição de práticas colaborativas e coletivas, reconhecendo a escola como força transformadora.