Satisfação profissional dos enfermeiros de um hospital universitário no trabalho noturno
Fecha
2008-12-18Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Esta é uma pesquisa quali-quantitativa, que teve como objeto de estudo a satisfação
profissional dos enfermeiros que trabalham no serviço noturno do Hospital Universitário de
Santa Maria-RS. E teve como objetivos: a caracterização sociodemográfica dos
enfermeiros; verificar o grau de importância atribuído pelos enfermeiros em relação a seis
componentes da satisfação profissional: Autonomia, Interação, Status Profissional,
Requisitos do Trabalho, Normas Organizacionais e Remuneração; identificar a satisfação
profissional percebida pelos enfermeiros; identificar o nível real de satisfação profissional
dos enfermeiros; averiguar o significado do trabalho e identificar os fatores que influenciam
na satisfação profissional. Foram utilizados um questionário para caracterização
sociodemográfica; o questionário auto-aplicável do Índice de Satisfação Profissional (ISP),
traduzido, adaptado e validado para a realidade brasileira; e um roteiro para entrevista semiestruturada.
Os dados coletados foram analisados mediante a estatística descritiva,
processados no programa estatístico Statistical Analisys System (SAS) versão 9.1. As
entrevistas foram submetidas à análise temática. A população constituiu-se de 42
enfermeiros, majoritariamente do sexo feminino (90,48%) casados ou com companheiro
(64,29%) e com filhos (80,96%). Os enfermeiros tinham mais de 41 anos de idade (64,28%)
e a maioria optou pelo turno de trabalho (90,48%); tinham mais de 15 anos de tempo de
formação profissional (69,05%), atuavam há mais de 11 anos no mesmo local de trabalho
(52,38%) e não possuíam outra atividade profissional (57,14%). Os enfermeiros
consideraram que a Autonomia é o componente mais importante no que se refere à
satisfação profissional, e que o Status Profissional é o menos importante. No entanto,
percebiam o Status Profissional como sendo aquele que mais os influenciava na satisfação
quanto ao seu trabalho atual, sendo a Remuneração o que menos os influenciava. A
satisfação real dos enfermeiros, profissionalmente, era maior com o componente Autonomia
e menor com o componente Normas Organizacionais. A análise dos depoimentos permitiu
averiguar que o trabalho tinha significados distintos, decorrendo as seguintes categorias:
Trabalho É o Elemento Central da Vida; Trabalho É Gostar do Que se Faz, Satisfação,
Realização e Prazer; Trabalho É o Rendimento Econômico; e Trabalho É Insatisfação.
Como facilidades para a realização do trabalho noturno, foram apontadas as categorias:
Ambiente de Trabalho Mais Tranqüilo; Interação Entre a Equipe de Enfermagem; a
Disponibilidade de Tempo Para a Vida Particular; o Trabalho Noturno como Possibilidade
de Maior Autonomia; e como Possibilidade de Qualificação da Assistência de Enfermagem.
Como dificuldades no trabalho noturno, emergiram as categorias: Carência dos Serviços de
Apoio; Ausência de Plantonista Médico Para Cada Unidade Hospitalar; Isolamento Social e
no Trabalho; e o Desgaste do Enfermeiro Causado Pela Realização do Trabalho Noturno.
Verificou-se que os dados do ISP, em alguns momentos, complementaram os obtidos por
meio da entrevista, o que denota que o uso de metodologias quali-quantitativas pode
enriquecer a compreensão da relação saúde/satisfação profissional dos enfermeiros.