O familiar acompanhante no cuidado ao adulto hospitalizado na perspectiva da equipe de enfermagem
Abstract
Sabe-se que o crescente aumento das doenças crônico-degenerativas prolonga o tempo de internação dos doentes, e os cuidados com sua saúde exigem o preparo e a capacitação do familiar para o cuidado domiciliar. Assim, a inserção do
familiar acompanhante no cuidado ao doente hospitalizado torna-se cada vez mais frequente e necessária. Dentro deste enfoque, os objetivos deste estudo são os seguintes: descrever e analisar a inserção do familiar acompanhante nos cuidados ao adulto hospitalizado, na ótica da equipe de enfermagem, e discutir a importância de sua inserção para o cuidado de enfermagem hospitalar. Trata-se de uma
pesquisa qualitativa, realizada na Unidade de Clínica Médica II, do Hospital Universitário de Santa Maria, com a participação de 14 membros da equipe de enfermagem. Para a produção dos dados, utilizou-se o Método Criativo e Sensível
(MCS) e as dinâmicas de criatividade e sensibilidade: Árvore do Conhecimento, Costurando Estórias e Almanaque. Foram utilizados, para a análise dos dados, alguns pressupostos da análise de discurso francesa. Desse modo, os dados foram
organizados em dois capítulos: o primeiro aborda as facilidades e as dificuldades para a inserção do familiar acompanhante no cuidado ao adulto, sob a ótica da
equipe de enfermagem. No primeiro capítulo são apresentados os seguintes temas e subtemas: a presença indispensável do acompanhante; o familiar acompanhante, como apoio para o doente; o carinho, a atenção e o conforto, como formas de
cuidar; a colaboração do familiar acompanhante nos cuidados; aspectos relacionados à singularidade do acompanhante; a falta de comprometimento do acompanhante; a insegurança do acompanhante durante a internação do doente. O
segundo capítulo trata das implicações para o cuidado de enfermagem na inserção do familiar acompanhante que são apresentadas a partir dos seguintes temas: o acompanhante capacitando-se para o cuidado domiciliar, a formação de redes de apoio entre os acompanhantes durante a hospitalização; e a sobrecarga do familiar acompanhante. Os dados demonstraram que a equipe de enfermagem considerou o familiar acompanhante um parceiro nas atividades de cuidados e sua presença é valorizada e considerada uma forma de cuidado. Constatou-se também que os
acompanhantes procuram instrumentalizar-se, durante a hospitalização, para os cuidados domiciliares e buscam apoio nas pessoas mais próximas.