"Hipertensão: eu aprendi a viver com ela" - relatos do saber construído como emancipação dos sujeitos
Fecha
2010-02-26Metadatos
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A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) apresenta-se como um importante problema de saúde pública, no cenário nacional e mundial, por sua relevância epidemiológica e social, evidenciada pela alta prevalência, pelos índices de morbimortalidade e pela fragilidade na qualidade de vida de seus portadores. Dentre as políticas públicas para o controle da HAS, a educação em saúde tem sido apontada como uma ferramenta para promoção social de saúde. Pautado na promoção da saúde, o processo educativo em saúde, como prática social, traz uma preocupação com o desenvolvimento da emancipação dos sujeitos frente ao processo saúde/doença/cuidado, em âmbito individual e coletivo. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo observacional e descritivo, cujo objetivo foi conhecer como a educação em saúde influencia na vida das pessoas portadoras de HAS, acompanhadas por uma equipe de saúde da família. Para coleta de dados utilizou-se a entrevista semiestruturada, observação e análise documental, no período de fevereiro a agosto de 2009. Foram participantes desta pesquisa nove pessoas portadoras de HAS, acompanhadas pela Equipe de Saúde da Família Urlândia. Os dados foram submetidos à análise temática proposta por Minayo, da qual emergiram quatro categorias analíticas. Observou-se que a entrevista, realizada no ambiente domiciliar, proporcionou um momento de reflexão aos sujeitos, o que permitiu que reavaliassem e reelaborassem suas concepções acerca do significado da HAS e sobre como administram suas vidas frente à cronicidade . Essa reflexão foi permeada pela forma como percebiam e vivenciavam o processo saúde/doença/cuidado, pautados nas suas experiências de vida e no contexto sociocultural a que pertencem. Assim, evidenciou-se que a HAS não representa uma condição de doença na vida dos sujeitos desta pesquisa, sendo apontada com uma condição que exige cuidados em vários âmbitos da vida. Dessa forma, constatou-se que perpassam nas falas dos sujeitos os reflexos da própria educação em saúde, em relação ao que entendem, como vivenciam e como administram suas vidas, na convivência com a HAS. Com isso, este estudo revelou que a repercussão da educação em saúde, na vida dessas pessoas, estava intimamente articulada com suas concepções e atitudes sobre essa ação e com o posicionamento assumido pelas mesmas perante o seu processo saúde/doença/cuidado. Entende-se, assim, que o saber em saúde, construído nas ações de educação em saúde representa o primeiro passo no processo de emancipação dos sujeitos.