Ser-adolescente que tem HIV/AIDS em seu cotidiano terapêutico: perspectivas para o cuidado de enfermagem
Fecha
2011-01-12Metadatos
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Considerações Iniciais: A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e a síndrome da imunodeficiência adquirida (aids) caracterizam-se por sua condição crônica, pela necessidade de acompanhamento clínico e terapêutico permanente. Nesse contexto, estão os adolescentes que têm HIV/aids, vivendo nessa condição. Objetivo: compreender o cotidiano terapêutico do adolescente que tem HIV/aids. Método: Tipo de estudo com abordagem qualitativa de natureza fenomenológica, pautada no referencial teórico filosófico metodológico de Martin Heidegger. Após a aprovação pelo Comitê de Ética deu-se a entrevista fenomenológica, desenvolvida com 16 adolescentes que conheciam seu diagnóstico e eram assistidos em serviço de referência, o Hospital Universitário de Santa Maria/RS/Brasil. As entrevistas foram realizadas no período de dezembro de 2009 a maio de 2010. Resultados: na análise compreensiva, o adolescente se mostra como quem tem uma vida normal. Em seu dia a dia vai à escola, a festas, joga vídeo game, conversa com os amigos; a diferença é ter o vírus e ter de tomar os remédios, por isso precisa cuidar-se para a doença não progredir. Alimenta-se bem e faz exercícios. Quando gestante, toma remédio por causa do nenê. E, quando mãe, leva seu filho às consultas. Só a família sabe de sua doença, mais ninguém, devido ao preconceito. A família, especialmente a mãe, o ajuda no tratamento e conversa com ele sobre questões da adolescência. Na análise interpretativa, mostra-se na cotidianeidade. Em suas relações na escola, amigos e festas apresenta-se como ser-com-o-outro, em que há o com-partilhar das presenças em seus modos de ser-no-mundo permeado pelo falatório e pela impessoalidade. Esse adolescente em seu existir mantém-se na ocupação com a síndrome, tem que se cuidar, tomar remédios, ir as consultas. Como uma disposição o modo do temor emerge de vivências com a discriminação. Tais circunstâncias decorrem da facticidade presente em suas vidas. A solicitude faz-se presente em seu cotidiano de alguma forma, pois, na maioria das vezes, necessita de seu familiar para ajudar em seu tratamento e conversar com ele. Considerações finais: A enfermagem junto à equipe de saúde tem o compromisso de proporcionar espaços para o adolescente, pois esse possui necessidades inerentes ao viver dessa fase somada à sua condição sorológica. Ele vivencia em seu cotidiano terapêutico as questões que envolvem a facticidade da doença, mas também se mostra em seu existir para além da doença. A partir do olhar compreensivo, emerge a possibilidade do cuidado de enfermagem pautado na dialogicidade não só com o adolescente no modo autêntico, mas também com sua família. Mediando-se a interação de um com o outro, é possível tornar o adolescente protagonista de seu cuidado permanente.