Estresse, coping, burnout, sintomas depressivos e hardiness em residentes médicos
Date
2012-01-09Metadata
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Trata-se de um estudo transversal com abordagem quantitativa, com objetivo de analisar estresse,
estratégias de coping, burnout, sintomas depressivos e hardiness em residentes médicos de uma Universidade
Federal do interior do Rio Grade do Sul. O protocolo de pesquisa consta de formulário para caracterização
individual dos sujeitos, com variáveis sociodemográficas e funcionais e instrumentos para avaliação do estresse
(Escala de Estresse no Trabalho), coping (Inventário de Estratégias de Coping), sintomas depressivos (Inventário
de Depressão de Beck), burnout (Maslach Burnout Inventory) e hardiness (Escala de Hardiness). A aplicação
dos instrumentos foi realizada de 15 de fevereiro a 30 de abril de 2011, os sujeitos responderam de forma
individual, após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para organização e armazenamento
dos dados, foi criado um banco de dados, no programa Excel (OFFICE 2007). As variáveis sóciodemográficas,
funcionais e os itens que compõem os instrumentos foram analisados estatisticamente com o software SPSS
versão 18.0 e SAS 9,02. A consistência interna das escalas, avaliada pelo Coeficiente Alfa de Cronbach, atestou
fidedignidade para medida e avaliação dos constructos a que se propõem, com valores que variaram de 0,78 a
0,92. A população constituiu-se de 112 residentes médicos, com prevalência do sexo masculino, solteiros, na
faixa etária entre 26 a 30 anos, sem filhos, residem com a família, praticam esportes, têm atividades de lazer e
estão satisfeitos com a residência. Neste estudo, 58,04 % dos sujeitos apresentaram moderado estresse, o
estressor de maior média foi trabalhar durante horas seguidas e o de menor média foi o superior evitar incumbir
responsabilidades importantes. As estratégias de coping que compõem o Fator Resolução de Problemas foram as
mais utilizadas e as menos utilizadas compõem o Fator Confronto. Dos sujeitos, 29,46 % apresentaram alta
exaustão emocional, alta despersonalização e baixa realização profissional, com quadro sugestivo de burnout.
Quanto aos sintomas depressivos, 88,39 % dos residentes estão dentro da normalidade. Dos residentes, 23,21 %
apresentam altas médias nos domínios compromisso, controle e desafio e são considerados indivíduos hardy .
Encontrou-se correlação significativa positiva alta entre estresse e exaustão emocional, moderada com sintomas
depressivos e significativas negativas moderadas com realização profissional, compromisso e controle. Não
houve correlação significativa entre estresse e suporte social, reavaliação positiva e resolução de problemas. Para
o coping, houve correlação significativa positiva alta entre suporte social e aceitação de responsabilidade. Para o
burnout, estabeleceram-se correlações significativas positivas altas entre exaustão emocional e
despersonalização e significativa negativa alta entre realização profissional e exaustão emocional. Os Domínios
de Hardiness apresentaram, entre si, correlações significativas positivas de moderada a baixa. Considera-se que
o estresse apresenta-se como um desafio na atividade laboral dos residentes médicos, os quais utilizam esforços
físicos e cognitivos para adaptarem-se às exigências do ambiente e da profissão, a partir da avaliação dos
estressores e das estratégias de enfrentamento elencadas. Confirmou-se que os sujeitos hardy apresentam escores
baixos de estresse, utilizam estratégias de coping focadas no problema e possuem um senso de significado que se
opõe ao burnout e aos sintomas depressivos.