A educação ambiental em uma instituição hospitalar: possibilidades e desafios
Abstract
O processo de degradação ambiental cresce, assombrosamente, e seus reflexos são sentidos no
cotidiano social e nos espaços de trabalho. Contudo, poucas medidas são tomadas no sentido
de freá-lo. Vivemos em uma Sociedade de Risco , onde os riscos ambientais são parte do
cotidiano humano, ainda que não sejam pensados ou refletidos, apenas autoconfrontados por
indivíduos supostamente protegidos por casulos protetores; que se baseiam na continuidade de
rotinas institucionalizadas, na noção de segurança ontológica e nos elementos característicos
da Alta Modernidade. No entanto, quando são oportunizadas, aos sujeitos, estratégias de
educação ambiental torna-se viável que eles reflitam sobre seus comportamentos e se
motivem para a mudança. Diante desse contexto, o objetivo desta investigação foi descrever
como acontece a educação ambiental (EA) em uma instituição hospitalar, a partir dos
indivíduos diretamente envolvidos no seu planejar e executar formal. Metodologicamente,
adotou-se a abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso, como método de pesquisa; e como
procedimentos de coleta, a pesquisa documental e a entrevista semi-estruturada. O estudo foi
desenvolvido junto a um dos hospitais do Grupo Hospitalar Conceição, tendo como sujeitos
os indivíduos que integraram o Núcleo de Educação Ambiental e informantes por eles
indicados. Nesse processo, com base na análise de conteúdo, construíram-se cinco eixos
temáticos. O primeiro eixo discute as concepções dos sujeitos da pesquisa acerca de meio
ambiente e de educação ambiental, contemplando seis categorias de análise. O segundo eixo
reflete sobre as experiências do Hospital Conceição em termos de Educação ambiental,
compondo quatro categorias. O terceiro aborda as consequências das ações de EA em um
contexto de Alta Modernidade, englobando duas categorias de análise. O quarto eixo remete a
discussão das dificuldades e desafios da EA dentro da instituição de saúde, conglomerando
seis categorias. E por fim, o quinto eixo desta pesquisa trilha um caminho possível para o
desenvolvimento da EA no contexto hospitalar. Ao final desse estudo, concluiu-se que as
ações de EA na instituição em questão são pontuais, fragmentadas e limitadas as práticas de
dados indivíduos/grupos interessados no tema; carecendo portanto de: uma política ambiental
institucional que funcione como um arcabouço financeiro, legal, estrutural e humano para o
desenvolver das ações; de um grupo voltado integralmente a discussão e ao efetuar de
atividades no aspecto ambiental; e de envolvimento das chefias. Apesar desses desafios, as
ações de EA desenvolvidas na instituição representam um pequeno, mas importante passo, em
direção a construção de um saber ambiental complexo e necessário em um contexto de
Modernidade Reflexiva.