O uso de si pelo enfermeiro no trabalho em terapia intensiva
Resumo
O trabalho em terapia intensiva evidencia a necessidade de que o enfermeiro
empregue saberes adquiridos por meio das experiências e conhecimentos
científicos, na busca pelo cuidado integral e de qualidade aos pacientes. Assim,
questiona-se como ocorre o uso de si pelos enfermeiros no trabalho em UTI? O
estudo tem como objetivo geral compreender como se dá o uso de si pelos
enfermeiros no trabalho em terapia intensiva. Trata-se de uma pesquisa qualitativa,
exploratória e descritiva, na qual foram utilizadas para coleta de dados a observação
sistemática e a entrevista semiestruturada, realizadas entre março e agosto de 2012.
Os sujeitos da pesquisa são oito enfermeiros das unidades de terapia intensiva
adulto (UTI) e cardiológica intensiva (UCI). Na análise dos dados foi usada a análise
temática de Minayo. O uso de si pelo enfermeiro intensivista se dá, principalmente,
pela experiência, manifestando-se tanto no cuidado direto quanto na gerência das
Unidades de terapia intensiva. Os fatores facilitadores do uso de si são a liderança
exercida pelo enfermeiro, a autonomia no trabalho, o conhecimento sobre o Hospital
e de outros serviços de saúde, bem como a experiência, enquanto as dificuldades
no uso de si ocorrem nas relações com os trabalhadores e na falta de experiência.
A articulação realizada pelo enfermeiro no seu trabalho entre os saberes próprios e
os disciplinares são construídos na vivência do trabalho e estabelecidos pelas
relações coletivas, sendo, a experiência, o principal balizador. Com isso, conclui-se
que o estudo aponta que o enfermeiro em terapia intensiva faz uso de si nas
diversas atividades realizadas, mesmo nas situações percebidas como rotineiras e
embasadas nas normas precedentes.