Avaliação do risco de quedas em pacientes adultos hospitalizados
Fecha
2014-03-14Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A queda de pacientes hospitalizados é uma realidade mundial e um dos eventos adversos mais frequentes neste ambiente. Este estudo tem por objetivo avaliar o risco de quedas de pacientes adultos internados em unidades clínica e cirúrgica de um hospital universitário. Trata-se de um estudo de coorte, com acompanhamento de pacientes internados nas Unidades de Clínica Cirúrgica e Clínica Médica I e II do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), no período de março a julho de 2013 (122 dias). Para a coleta dos dados foram utilizados um formulário semiestruturado, com questões demográficas e clínicas dos pacientes, e a versão brasileira da Morse Fall Scale (MSF). Os dados foram organizados no programa Excel®, com dupla digitação independente. Após a correção de erros e inconsistências a análise foi realizada no PASW Statistics® (Predictive Analytics Software, Chicago - USA) versão 18.0 for Windows, utilizando-se da estatística descritiva e inferencial. Participaram do estudo 831 pacientes. Destes, 60,2% eram do sexo masculino, a média de idade foi de 58,1 (±16,1) anos, permaneceram em média 7,7 dias (±9,2) internados e tiveram em média 5,4 dias (±5,2) de avaliação. Durante o período, 19 pacientes tiveram queda ao solo/chão, representando uma média de 4,7 quedas/mês, um percentual de 2,28% (IC95%: 1,66 2,91) de quedas no período e uma taxa de incidência de 1,68% (IC95%; 1,51 1,72%). O escore da MFS teve uma média de 39,37 pontos (±19,4). Tanto na primeira avaliação quanto na média das avaliações e na última avaliação, maior percentual de pacientes foi classificado na categoria de risco elevado para quedas (36,6%, 37,7% e 41,2%, respectivamente), com correlação positiva forte entre a primeira e a última avaliação (r=0,810; p=0,000). As quedas ocorreram entre o 1º e o 10º dia de avaliação (85,7%), no turno da manhã (52,4%), na enfermaria (à beira do leito), no banheiro e durante o deslocamento, resultando em dano psicológico (58,8%) e físico (29,4%). Dentre os fatores contribuintes destacaram-se a superestima da capacidade por parte do paciente, vertigem, agitação, penumbra, cama alta e grades inadequadas e/ou de difícil manuseio. Conclui-se que a MFS é um importante instrumento para avaliação do risco de quedas e recomenda-se a implantação da mesma como um indicador de qualidade da assistência à saúde na instituição pesquisada. Espera-se que este estudo sirva de subsídio para os profissionais de saúde, em especial a equipe de enfermagem, para a implementação de estratégias que previnam a ocorrência de quedas de pacientes durante a internação.