Experiência da família rural ao ter o pai/esposo com câncer de próstata
Fecha
2014-08-19Metadatos
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O adoecimento por câncer de próstata geralmente acarreta alterações, tanto em aspectos físicos, psíquicos, econômicos, quanto sociais, que podem ser percebidos na esfera familiar a qual o homem pertence. A experiência das famílias rurais que tem o pai/esposo com diagnóstico de câncer de próstata revela-se permeada pela necessidade de reorganização da sua dinâmica em função do papel exercido por esta pessoa no núcleo familiar. Diante disso, este estudo buscou responder a seguinte questão: como a família rural experiencia o adoecimento do pai/esposo por câncer de próstata? Portanto, esta pesquisa teve como objetivo: descrever a experiência da família rural ao ter o pai/esposo em tratamento por câncer de próstata. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, de natureza descritiva. Os participantes da pesquisa foram quatro famílias (nove pessoas) cujo pai/esposo, acometido por câncer de próstata, estava em tratamento oncológico no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). O cenário da pesquisa foi a residência das famílias. A entrevista semi-estruturada foi o instrumento de coleta de dados. Os dados foram coletados no período janeiro e fevereiro de 2014 e a análise foi embasada no preconizado pela análise de conteúdo, modalidade temática. Como resultado organizou-se duas categorias e seis subcategorias, que discutem o rastreamento precoce da neoplasia de próstata como incipiente, sendo a família determinante para o diagnóstico. No apoio da família identificou-se um processo de reorganização e adoção de estratégias para auxiliar o homem nas atividades diárias, na readaptação da própria rotina e na facilitação do acesso ao local de tratamento. Dentre as mudanças decorrentes ao adoecimento está o trabalho na agricultura, a inversão de papéis com o cônjuge, o abandono das atividades de lazer, a vida conjugal afetiva e as disfunções urinárias. Nas dificuldades enfrentadas durante o tratamento estão os efeitos colaterais provocados pela terapêutica: diminuição ou ausência da função erétil peniana, disfunções nas eliminações fisiológicas e o acesso aos locais de tratamento. Sobre a motivação para viver estão a esperança pela cura da doença, o futuro ao lado da família e a retomada da vida profissional. Conclui-se que, a experiência familiar diante do pai/esposo com neoplasia de próstata permeia o diagnóstico até o tratamento, dividindo tarefas, tristezas, angústias e esperanças sobre um futuro incerto.