Orientação familiar e comunitária da atenção primária à saúde dos municípios de procedência de crianças e adolescentes vivendo com HIV vinculados a um serviço especializado
Resumo
As crianças e adolescentes vivendo com HIV preocupam os profissionais da saúde uma vez que são vulneráveis devido ao processo de crescimento e desenvolvimento e a especificidade da condição de saúde, que demandam atenção voltada a fragilidade clínica e aos cuidados cotidianos e permanentes. Entende-se que o acompanhamento dessa população pode acontecer em serviços da Atenção Primária à Saúde, os quais são preferenciais como porta de entrada no sistema de saúde e que visa a prontidão e resolutividade. Objetivo: avaliar os atributos orientação familiar e orientação comunitária da Atenção Primária à Saúde dos municípios de procedência das crianças e adolescentes vivendo com HIV, na experiência dos profissionais. Metodologia: pesquisa avaliativa com delineamento transversal. A população do estudo contemplou profissionais de Estratégia Saúde da Família e Unidade Básica de Saúde: enfermeiros, médicos ginecologistas, clínicos, pediatras e odontólogos, em 25 municípios de procedência das crianças e adolescentes vivendo com HIV que mantém acompanhamento ambulatorial permanente em serviço especializado, no Rio Grande do Sul, Brasil. A coleta dos dados foi por meio de entrevista com aplicação de um questionário de caracterização dos profissionais e do instrumento PCATool-Brasil-versão profissionais, no período de março/agosto de 2014. Análise dos dados foi no programa Statistical Analysis System (SAS) versão 9.3. Resultados: A população contemplou 596 profissionais e 94,6% (524) participaram da coleta de dado. Os atributos derivados da Atenção Primária à Saúde apresentaram alto escore (7,3), assim como em cada um dos atributos orientação familiar e orientação comunitária. Nos serviços de Estratégia Saúde da Família as médias dos escores foram maiores no atributo orientação familiar (8,4) e orientação comunitária (7,2). O atributo orientação comunitária o escore foi insatisfatório nos serviços de Unidade Básica de Saúde (5,6) e apresentou alto escore nos serviços de Estratégia Saúde da Família (7,2). Ambos serviços da Atenção Primária à Saúde apresentaram escores maiores nas Estratégias Saúde da Família. Conclusão: O estudo evidenciou que nos serviços há falta de interesse dos profissionais de saúde em considerar a opinião do paciente e seus familiares no planejamento do tratamento, em incentivar o usuário a participar de conselhos locais de saúde e na necessidade do uso de ferramentas para avaliar seus serviços. Apenas o item relacionado à visita domiciliar foi significativamente satisfatório no atributo orientação para comunidade.
Palavras-chave: Saúde da criança. Saúde do adolescente. HIV.