Avaliação do potencial fitorremediador de plantas floríferas em solo contaminado com cobre
Fecha
2015-07-17Metadatos
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A contaminação do solo é um problema ambiental, social e econômico. Em áreas
vitivinícolas, como as da Serra Gaúcha, o uso prolongado de produtos fitossanitários, a base
de cobre, contribuiu para o acúmulo deste elemento no solo, quando em excesso é altamente
prejudicial ao desenvolvimento das plantas, impactando no seu potencial produtivo. Visando
minimizar o efeito nocivo do Cu nos solos destas áreas, o presente trabalho objetivou avaliar
o cultivo e o potencial de extração deste elemento em três espécies florícolas: calla lily
(Zantedeschia spp.), cravina de jardim (Dianthus chinensis L.) e crisântemo (Dendranthema
grandiflora Tzevelev), para desempenhar o papel fitorremediador no solo, buscando uma
agricultura de baixo impacto ambiental. Foram realizados três distintos experimentos, no
período de outubro de 2013 a dezembro de 2014, em ambiente protegido no Setor de
Floricultura da UFSM, Santa Maria, RS. O solo utilizado foi coletado em áreas de
vitivinicultura, na Serra Gaúcha. E, os teores adicionados de Cu no solo foram por meio de
sulfato de cobre. No capítulo I avaliou-se o desenvolvimento e o consumo hídrico da calla lily
submetida a diferentes estratégias de irrigação e teores de cobre no solo. O ensaio foi em DIC
(delineamento inteiramente casualizado), com esquema fatorial 4x3 (quatro teores de cobre e
três estratégias de irrigação), com cinco repetições. Verificou-se que estes teores do Cu
adicionado no solo não interferiram no consumo hídrico diário da calla lily, obtendo médias
diárias de 0,5, 0,8 e 1,2 mm dia-1 para as lâminas de 40, 60 e 80% CRA (capacidade de
retenção de água no vaso), respectivamente e, que esta espécie apresenta tolerância de cultivo
neste ambiente. No capítulo II avaliou-se o desenvolvimento e o consumo hídrico da cravina
de jardim e seus efeitos sobre o cultivo em solo apresentando excesso de Cu. O ensaio foi em
DIC, em esquema fatorial 4x3 (quatro teores de cobre e três estratégias de irrigação), com
cinco repetições. Verificou-se que os teores do Cu adicionados ao solo não interferiram no
consumo hídrico diário da cravina de jardim, obtendo médias diárias de 0,42; 0,72 e 0,91 mm
dia-1 para as lâminas de 40, 60 e 80% CRA, respectivamente e, os resultados demonstraram
aptidão fitorremediativa da espécie para solos vitivinícolas com excesso deste metal. No
capítulo III avaliou-se o desenvolvimento do crisântemo cv. Dark Fiji cultivado em solo com
excesso de Cu. O ensaio foi em DIC, em esquema fatorial 5x2 (cinco teores adicionados de
Cu no solo e dois ciclos de cultivo), com cinco repetições. Verificou-se que o incremento de
Cu no solo afetou o crescimento e desenvolvimento típico da cultura, entretanto, a espécie
apresentou tolerância ao cultivo em solo com excesso de Cu, acumulando altas concentrações
deste elemento nas raízes. Conclui-se de maneira, geral, que as três espécies apresentam
tolerância ao cultivo em solo apresentando excesso de Cu, destacando a cravina de jardim
como promissora a fitorremediação do solo.