Densidade de árvores por diâmetro na Floresta Estacional Decidual no Rio do Grande Sul
Abstract
O objetivo deste trabalho foi estudar a relação entre a densidade de árvores por
hectare e o diâmetro médio para uma Floresta Estacional Decidual, bem como,
ajustar o modelo Reineke para descrever este comportamento. A área de estudo
localiza-se no município de Silveira Martins, na região central do Rio Grande do Sul
e encontra-se em estágio inicial de sucessão, após uso agrícola. As informações
referentes ao número de árvores por hectare e o diâmetro médio foram obtidas por
meio do método de densidade pontual proposto por Spurr. Estas parcelas foram
amostradas nos estágios iniciais de uma floresta secundária, escolhendo-se áreas
onde predominava o camboatá-vermelho (Cupania vernalis). Como as florestas
naturais apresentam espaçamento irregular, a densidade é bastante variável, assim
sendo, para selecionar apenas parcelas em alta densidade, foram escolhidas áreas
em que se verificava a ocorrência de indivíduos mortos. Foram testados diferentes
métodos para estimar o limite superior da linha de autodesbaste: a análise de
regressão (para todos os dados e densidade relativa maior que 60%), corrigindo o
intercepto para que os resíduos fossem negativos; o ajuste manual; o de densidade
relativa (DR>90%) e a análise de fronteira estocástica. O método que melhor
estimou a máxima densidade foi a análise de regressão com dados de no mínimo
60% da densidade máxima, obtendo um coeficiente angular de -1,563 para o modelo
de Reineke. Não houve diferença significativa entre as potências fornecidas pelos
diferentes métodos. O Índice de Densidade de Povoamento máximo foi de 1779
árvores por hectare, para o dg de 25 cm. O diagrama de manejo da densidade foi
construído em função da área basal, do número de árvores por hectare e do
diâmetro da árvore de área basal média. Foram utilizadas as densidades de 15% e
60%, para o fechamento das copas, e a indução da mortalidade, respectivamente.
Os níveis de densidade foram determinados, proporcionalmente, à máxima
densidade por índice de densidade do povoamento (IDP), para um diâmetro de
referência de 25 cm, em classes de índice de 200, desde o IDP de 1700, até o
mínimo de 300. Populações cuja densidade for maior que 60% da máxima foram
consideradas superestocadas, entre 60 e 15% estocadas, e abaixo de 15%
subestocadas. Recomendou-se a combinação do Dendrograma gerado neste estudo
com o método de Spurr para guiar as intervenções na Floresta Estacional Decidual.