Manejo experimental de uma floresta ombrófila mista secundária no Rio Grande do Sul
Fecha
2011-10-18Metadatos
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A presente dissertação foi desenvolvida com o objetivo de avaliar a recuperação da floresta e o crescimento de espécies de valor comercial oito anos após a aplicação de diferentes intensidades de cortes seletivos em uma área de Floresta Ombrófila Mista secundária no Rio Grande do Sul. As avaliações foram baseadas nas alterações da composição florística, na diversidade de espécies, na estrutura e dinâmica do extrato arbóreo em cada tratamento de manejo e para a testemunha (unidade sem intervenção de manejo), além da análise dos incrementos para o grupo de espécies de valor comercial e do tempo de recuperação do estoque comercial inicial da floresta por intensidade de corte seletivo. Os tratamentos que receberam intervenções de manejo foram: T1- Testemunha; T2-Corte Seletivo Leve (redução de cerca de 20% da área basal por classe de DAP); T3-Corte Seletivo Médio (redução de 30-40% da área basal por classe de DAP); T4-Corte Seletivo Pesado (redução de 50-60% da área basal por classe de DAP). Os dados foram provenientes de três ocasiões de medição, ou seja, inventário pré-exploratório (2001) e dois inventários de monitoramento (2006 e 2010), em que foram remedidos todos os indivíduos com DAP≥9,6 cm, presentes em cada tratamento. Oito anos após a aplicação dos cortes seletivos, independentemente da intensidade aplicada, verificou-se aumento da densidade e dos parâmetros fitossociológicos das espécies comerciais, em comparação com o tratamento sem intervenção de manejo. Além disso, não houve perdas no número de espécies, gêneros e famílias com o passar do tempo para as diferentes intensidades de exploração. Foi verificado maior ganho nos índices de diversidade de espécies para os tratamentos que receberam intervenções de manejo e menor alteração para o tratamento testemunha. A densidade de indivíduos mostrou boa capacidade de resiliência, independente da intensidade dos cortes seletivos. Contudo, a recuperação da área basal, com o passar do tempo, apresentou dificuldades quando realizadas intervenções muito pesadas (T4). O incremento periódico anual médio em diâmetro para todas as espécies nos tratamentos que receberam cortes seletivos apresentou baixa variação entre os mesmos, com valores próximos de 0,30 cm.ano-1, porém com ganho de mais de 100% em relação ao tratamento testemunha, com valor absoluto de 0,14 cm.ano-1. Da mesma forma, as espécies de valor comercial apresentaram valores de incremento periódico anual em diâmetro (0,53 cm.ano-1 para o T2; 0,48 cm.ano-1 para o T3; e 0,49 cm.ano-1 para o T4) e área basal (23,64 cm².ha-1.ano-1 para o T2; 21,61 cm².ha-1.ano-1 para o T3; e 18,55 cm².ha-1.ano-1 para o T4) superiores aos do tratamento que não recebeu cortes seletivos, com valores de 0,28 cm.ano-1 em diâmetro e de 17,41 cm².ha-1.ano-1 em área basal. O tempo de recuperação do estoque comercial inicial entre as diferentes intensidades de exploração foi de cerca de oito anos para o T2, 16 anos para o T3 e de 34 anos para o T4. Para o manejo sustentável de florestas secundárias no domínio da Floresta Ombrófila Mista na região da encosta superior do nordeste do Rio Grande do Sul, recomenda-se a realização de cortes seletivos leves (redução em torno de 20% da área basal por classe de DAP) e com ciclos de corte de oito anos, como forma de conduzir a floresta com cortes frequentes a uma estrutura mais produtiva.