Cultivo in vitro de Peltophorum dubium (Sprengel) Taubert: multiplicação, senescência foliar e calogênese
Abstract
Peltophorum dubium (Sprengel) Taubert é uma espécie florestal nativa com muitas possibilidades de uso e com grande potencial para plantios comerciais. No entanto, há poucas informações sobre a produção de mudas desta espécie, o que, aliado às limitações inerentes às espécies arbóreas, dificulta a implantação de programas de melhoramento genético e, consequentemente, o estabelecimento de povoamentos de adequada qualidade genética. Estudos relacionados à propagação de Peltophorum dubium por técnicas da cultura de tecidos in vitro podem auxiliar nesse sentido. Considerado o exposto, o presente estudo objetivou avaliar o efeito de fontes, concentrações e combinações de fitorreguladores na multiplicação e senescência foliar in vitro de Peltophorum dubium. Adicionalmente, procurou-se estudar a resposta de diferentes explantes em relação à organogênese indireta, que pode ser uma maneira alternativa para a indução de órgãos. Na multiplicação in vitro e na senescência foliar in vitro foram avaliadas diferentes fontes e concentrações das citocininas 6-benzilaminopurina (BAP), cinetina (CIN), isopenteniladenina (2iP) e thidiazuron (TDZ), combinadas entre si, ou isoladas, bem como sua associação com ácido α-naftalenoacético (ANA) e, no caso de CIN, 2iP e TDZ, com BAP. Na organogênese indireta, avaliou-se o efeito de diferentes concentrações de 2,4-D e diferentes explantes cultivados na presença ou ausência de luz. Pode-se concluir que o emprego da citocinina 2iP, nas concentrações testadas, na presença de ANA ou em conjunto com ANA e BAP, não exerce influência na multiplicação in vitro de epicótilos contendo o nó cotilenodar de Peltophorum dubium. Ainda, aos 21 dias de cultivo in vitro, em condições de temperatura elevada, ocorre expressiva senescência foliar. As citocininas BAP, CIN, TDZ e 2iP, nas concentrações testadas, não influenciam na multiplicação in vitro de Peltophorum dubium. Verificou-se que, quando se utiliza TDZ, é dispensável a utilização de ANA para que se mantenha controlada a senescência foliar, no entanto, quando é 2iP, a presença de ANA contribui para a redução no número de folhas senescentes. De maneira geral, a partir dos 21 dias de cultivo in vitro, a auxina e as citocininas utilizadas (ANA, 2iP e TDZ) passam a exercer efeito significativo na ocorrência de senescência foliar, a qual vai depender da combinação dos fitorreguladores. Pode-se verificar, também, que a presença de TDZ, ANA e 2iP, nas concentrações testadas, não exerce influência na sobrevivência, estabelecimento e número de folhas formadas em Peltophorum dubium durante o cultivo in vitro inicial de epicótilos contendo o nó cotiledonar, observando-se elevadas médias para estas variáveis. Ainda, a associação entre ANA e TDZ tem efeito prejudicial significativo na sobrevivência in
vitro de explantes de Peltophorum dubium durante o primeiro subcultivo de 30 dias. Esta associação também tem efeito prejudicial significativo no estabelecimento in vitro e número de brotos formados em segmentos apicais caulinares de Peltophorum dubium durante o primeiro subcultivo de 30 dias. A presença de 2iP e ANA, nas concentrações testadas, não exerce influência na sobrevivência, estabelecimento, número de brotos e número de folhas formados em Peltophorum dubium durante o primeiro subcultivo de 30 dias. A calogênese é maximizada na presença de 20 μM de 2,4-D em segmentos cotiledonares e hipocótilos. Na ausência de 2,4-D os hipocótilos são mais eficientes na calogênese. Observam-se altas porcentagens de oxidação fenólica, mas de maneira geral, as oxidações não inviabilizam a formação de calos, principalmente em segmentos cotiledonares e hipocótilos. Ocorrem 100% de formação de raízes em segmentos cotiledonares, na presença de luz e em meio nutritivo suplementado com 40 μM de 2,4-D; na ausência de luz e presença de 20 μM da auxina, a rizogênese é também satisfatória.