Crescimento e produção de clones de Eucalyptus saligna Smith sob diferentes condições ambientais
Resumo
Este trabalho objetivou a análise de diferentes tendências de crescimento em altura dominante (h100) de dois clones de Eucalyptus saligna Smith, implantados em diferentes condições de solo e relevo. As diferenças no crescimento desta variável foram utilizadas para segregar os dois clones em distintos grupos de crescimento, com isso realizar a classificação de sítio em cada grupo e, posteriormente o ajuste, validação e estruturação de funções de número de árvores por hectare (N), diâmetro quadrático médio (dg), área basal e volumes comercias com e sem casca, criando um sistema de prognose em nível de povoamento para os clones avaliados. A análise das tendências de crescimento indicou a existência de três distintos grupos: O primeiro formado pelo clone 2864 implantado em solos de aptidão superior (Grupo I), o segundo formado pelo mesmo clone 2864 sob solos de aptidão média e inferior (Grupo II), e o terceiro formado pelo clone 4039 (Grupo III), o qual não demonstrou a mesma diferença de crescimento entre classes de solo apresentada pelo clone 2864. As variáveis altitude e declividade, apesar de significativas em algumas análises, não justificaram a separação em diferentes grupos. A análise da mortalidade, através da tendência do número de árvores por hectare ao transcorrer da idade, mostrou-se diferenciada entre os dois clones, mas não entre os dois grupos formados pelo clone 2864, indicando que esse comportamento deve-se exclusivamente às características genéticas de cada material. No intervalo de densidade analisado, (entre 700 à 1500 árvores por hectare) a função ajustada estimou adequadamente, não apresentando diferente tendência de mortalidade quando do aumento da densidade. O diâmetro médio foi modelado pelas variáveis, h100, N e idade para todos os grupos em conjunto, não necessitando de funções específicas para cada grupo de crescimento para que estimasse com acuracidade os diâmetros. Área basal e os volumes com e sem casca foram modelados em função das variáveis anteriores (h100, N e dg) e se mostraram com tendências distintas entre grupos. A produção volumétrica final foi superior no grupo I, seguida do grupo II e por último do grupo III. As idades de maximização da produção (IMP) foram distintas entre cada grupo analisado, sendo que as menores IMP foram encontradas nos melhores sítios para todos os grupos. Os valores de IMP do melhor para o pior sítio variaram de 9,5 a 12 anos, de 8,5 a 10,5 anos e de 7 a 8,4 anos para os grupos I, II e III, respectivamente. O estudo permitiu concluir que existem diferenças no crescimento e produção final tanto entre os dois clones estudados, quanto entre as diferentes classes de aptidão de solos.