Anatomia do lenho do gênero Calycophyllum A. DC. (Rubiaceae)
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2015-02-24Metadatos
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Rubiaceae é uma das principais famílias botânicas das Angiospermas Dicotiledôneas, sendo a quarta com o maior número de representantes e, ainda que cosmopolitas, suas espécies encontram-se, preferencialmente, nas regiões mais quentes do globo. Desde sua descrição original a família passou por algumas mudanças taxonômicas, em razão da expressiva diversidade morfológica de suas espécies. O estudo de espécies do gênero Calycophyllum A. DC. (C. spruceanum f. brasiliensis, C. candidissimum, C. multiflorum e C. spruceanum) visa a fornecer informações a respeito de caracteres anatômicos da madeira de valor taxonômico, formar grupos de afinidades anatômicas, comparar as espécies, bem como investigar a relação entre a anatomia e a tecnologia da madeira. O material analisado é proveniente de diferentes instituições científicas, tais como o Jodrell Laboratory (Kew Gardens, Londres), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do estado de São Paulo (IPT) e a Universidade alemã Black Forest Academy (BFA). Para a obtenção de lâminas histológicas e de macerado utilizou-se respectivamente, a técnica padrão (BURGER; RICHTER, 1991) e o método de Franklin modificado (KRAUS; ARDUIN, 1997). As descrições anatômicas foram realizadas no Laboratório de Anatomia da Madeira da Universidade Federal de Santa Maria e seguiram as recomendações do IAWA Committee (1989). Na análise de agrupamento foram utilizados caracteres anatômicos do lenho das espécies descritas no presente estudo, e também os de outras espécies de Rubiaceae, descritas na literatura. A maior parte das características anatômicas concorda com o padrão típico das Rubiaceae, e permite agrupá-las na estrutura de lenho denominada tipo II, porém discorda do padrão anatômico referido para a subfamília Ixoroideae. Conforme análise de agrupamento, quatro grupos principais foram reconhecidos. As espécies do gênero Calycophyllum formaram agrupamentos altamente semelhantes entre si, o que remete a uma grande homogeneidade estrutural de suas madeiras, reflexo do elevado número de caracteres anatômicos compartilhados. É pressuposto que as características anatômicas do lenho das espécies investigadas, conferem à madeira uma alta massa específica, resistência a esforços mecânicos, baixa contração volumétrica, permeabilidade e boa durabilidade natural.