Potencial do banco de plântulas como estratégia para restauração florestal no extremo sul do bioma Mata Atlântica
Abstract
O banco de plântulas é fundamental para a perpetuação das comunidades arbustivo-arbóreas, sendo representado em regiões tropicais por um elevado número de indivíduos, dos quais muitos não conseguem atingir os estratos superiores. Assim, a presente pesquisa teve como objetivo avaliar o potencial do banco de plântulas como estratégia para aumentar a riqueza de espécies em viveiros florestais, visando à restauração ecológica de áreas alteradas no extremo sul do Bioma Mata Atlântica. O trabalho foi estruturado em três capítulos, os quais estão organizados de acordo com os objetivos: No Capítulo I foi analisado a estrutura de um trecho de remanescente de Floresta Estacional Subtropical, bem como foi identificado o potencial de espécies para restauração de áreas alteradas. Foram instaladas 18 parcelas de 20 m x 10 m, onde foi amostrada a vegetação dividida em quatro classes, conforme o seu tamanho: I - Banco de plântulas: 5 cm ≤ altura (H) ≤ 55 cm; II - Regeneração natural estabelecida: H > 55 cm e diâmetro a altura do peito (DAP) < 1 cm); III Estrato intermediário: 1 cm ≤ DAP < 5 cm; e IV Estrato arbóreo: DAP ≥ 5 cm. No Capítulo II foi avaliado a resiliência de uma comunidade vegetal após o transplante do banco de plântulas, conduzido sob diferentes intensidades de retirada (0, 25, 50, 75 e 100% de retirada). Nesse estudo foram utilizadas 18 parcelas (5 m x 5 m), as quais foram subdivididas em cinco subparcelas de 1 m x 2,5 m (totalizando 90 subparcelas), em cada subparcela foi casualizado uma intensidade de retirada. No Capítulo III foi avaliado a sobrevivência e o crescimento das mudas no viveiro em diferentes classes de tamanho. Foram coletados dados de sobrevivência e incremento em altura, em delineamento inteiramente casualizado, considerando cinco classes de tamanho (I 05-15 cm; II 15,01-25 cm; III 25,01-35 cm; IV 35,01-45 cm; V 45,01-55 cm), avaliadas a cada dois meses, por um período de dez meses. Também considerou-se parâmetros fisiológicos para as espécies mais abundantes, considerando dois ambientes (sub-bosque e viveiro), com intuito de avaliar a adaptação das mudas transplantadas. Desta forma, verificou-se que o banco de plântulas é uma ferramenta útil para aumentar o número de espécies produzidas em viveiros florestais, tendo em vista que a maioria das espécies transplantadas apresentaram bom desenvolvimento, bem como as parcelas onde foram aplicadas as diferentes intensidades de transplante tem conseguido recuperar a riqueza e abundância de espécies presentes inicialmente. Assim, considerando a estrutura da floresta, dinâmica da regeneração natural após o transplante e o desenvolvimento de mudas no viveiro, destaca-se para a região espécies como a Actinostemon concolor, Nectandra megapotamica, Apuleia leiocarpa, Trichilia elegans, Maytenus aquifolia, Trichilia claussenii e Eugenia rostrifolia.