Aspectos da qualidade de sementes e do estabelecimento in vitro de Eugenia involucrata de candolle
Abstract
Eugenia involucrata DC. é uma espécie florestal nativa do Brasil, além de outros países da América do Sul, como Argentina, Uruguai e Paraguai, apresentando importância econômica, silvicultural e ecológica. A espécie possui frutos comestíveis sendo muito utilizados na culinária e apresenta propriedades medicinais. Suas sementes são recalcitrantes, perdendo a viabilidade e o poder germinativo após a coleta dos frutos, não suportando, assim, longos períodos de armazenamento. Por conta disso, são necessários estudos que permitam conhecer as características da espécie, visando a produção de mudas de qualidade. Desta maneira, o objetivo geral do presente trabalho foi avaliar metodologias que possam contribuir para a propagação vegetativa de Eugenia involucrata. Foram avaliados aspectos da qualidade sanitária, física e fisiológica de dois lotes de sementes, além de diferentes agentes desinfestantes para a germinação asséptica in vitro de sementes e diferentes substratos, visando à germinação ex vitro da espécie. Para o estabelecimento in vitro, segmentos nodais de Eugenia involucrata foram expostos a diferentes agentes desinfestantes, visando o controle da contaminação microbiana. Além disso, foram testados, também, diferentes valores de pH, sacarose e ágar. Os resultados obtidos indicaram que as sementes de Eugenia involucrata apresentam variações quanto aos aspectos biométricos, alto grau de umidade e associação com fungos. O substrato papel filtro não se mostrou eficiente para a germinação das sementes de ambos os lotes avaliados. Os substratos vermiculita e areia:vermiculita na proporção 1:1, proporcionaram as maiores médias de plântulas emergidas. No entanto, as plântulas não se desenvolveram de maneira adequada quando a vermiculita estava disposta sobre as sementes, sugerindo estudos adicionais a esse respeito. Para o estabelecimento in vitro de segmentos nodais, os agentes desinfestantes testados diminuíram significativamente a contaminação fúngica nos explantes, recomendando-se a utilização dos agentes desinfestantes Ca(ClO)2 a 3,0% (v/v) combinado a NaClO a 2,0% (v/v), entretanto, essas concentrações não controlaram de maneira satisfatória a contaminação bacteriana. O pH ajustado para 6,0 mostrou-se mais eficiente ao estabelecimento in vitro dos explantes. Pode-se utilizar 10g L-1 de sacarose e 4g L-1 de ágar durante a fase de estabelecimento in vitro de segmentos nodais de Eugenia involucrata.