Relações morfométricas e potencial de manejo de Maclura tinctoria (L.) D. Don Ex. Steud em formações secundárias no noroeste do Rio Grande do Sul
Resumo
O objetivo do presente trabalho foi caracterizar indivíduos de Maclura tinctoria em formações secundárias antropizadas, quanto a seus aspectos de crescimento em diâmetro e área basal, suas relações morfométricas, distribuição espacial e regularidade da copa. Além de analisar o comportamento de indivíduos com mais de um fuste, denominados multitroncos, e ainda elaborar modelos de regressão para estimar o crescimento em área basal, diâmetro de copa e altura. Para isso, foram medidos, em duas áreas distintas em Porto Mauá, RS, o diâmetro à altura do peito, altura total, diâmetro de copa e densidade pontual (pelo método de Bitterlich) de cada indivíduo. Os índices morfométricos foram calculados com base nos dados obtidos à campo. A regularidade da copa foi obtida através do coeficiente de variação dos raios de copa. Para análise espacial calculou-se a função K de Ripley. O incremento periódico anual em diâmetro (IPAd) e em área basal (IPAg) foram obtidos por análise dos anéis de crescimento. A fim de verificar que variáveis influenciam nestes incrementos, foi realizada análise de correlação de Pearson. Elaborou-se equações matemáticas, pelo método stepwise, para estimar o incremento em área basal, diâmetro de copa e altura total. A tendência dos indivíduos multitroncos em relação aos com fuste único para todas as variáveis foi verificada utilizando análise de covariância. As árvores multitroncos no geral demonstram tendência semelhante às árvores com fuste único. A espécie estudada possui crescimento moderado à rápido, apresentando, portanto, grande potencial para manejo. A distribuição espacial indicou agrupamentos para uma escala superior a 15 metros. Os índices morfométricos variaram amplamente, demonstrando a plasticidade da espécie. Assim como a variação nos raios de copa foi ampla, caracterizando sua irregularidade. As variáveis morfométricas, não exerceram influência significativa no incremento em diâmetro dos indivíduos de Maclura tinctoria. O que indica que o crescimento em diâmetro é estatisticamente o mesmo, independente da forma da árvore. Contudo, o grau de esbeltez e índice de abrangência apresentaram correlação com o incremento periódico em área basal. Foi possível definir equações com bons ajustes para a altura, diâmetro de copa e incremento em área basal da espécie. Todas as equações elaboradas tiveram como variável dependente o DAP, indicando a forte correlação desta variável com as demais características das árvores de Maclura tinctoria.