Respostas da vegetação remanescente e da regeneração natural em floresta ombrófila mista cinco anos após intervenções de manejo
Resumo
O presente estudo foi realizado em uma Floresta Ombrófila Mista, em estágio avançado de regeneração natural, e teve como objetivos específicos: descrever a vegetação original quanto à florística e estrutura; comparar a vegetação original,
pós-corte e atual sob diferentes intensidades de intervenção; quantificar a mortalidade das árvores remanescentes passados cinco anos da intervenção; avaliar o ingresso de novos indivíduos no povoamento, bem como o crescimento das
espécies remanescentes; caracterizar a regeneração natural da área e comparar as variáveis analisadas entre os diferentes tratamentos. Os trabalhos foram realizados
na Fazenda Tupi, propriedade do Grupo VIPAL S/A, no município de Nova Prata, RS. Os tratamentos consistiram em intervenções de manejo de diferentes intensidades na floresta, cinco anos antes da atual remedição, intervenções estas realizadas e detalhadas por Borsoi (2004). Os resultados obtidos no inventário atual (tanto da vegetação adulta como da regeneração natural) foram comparados com os
resultados do inventário da vegetação original e da vegetação remanescente logo após a aplicação dos tratamentos. As maiores alterações pós-corte na estrutura da
floresta, principalmente a redução da densidade e da área basal e volume da vegetação ocorreram nos locais onde as intervenções foram mais intensas. Cinco anos após as intervenções, a floresta mostra sinais de que está se reestruturando, porém ainda não atingiu o nível da vegetação original, tanto em densidade como em volume. Quanto à diversidade florística, esta foi maior na vegetação atual do que na original. A maior abertura do dossel possibilitou um maior número de ingresso de indivíduos e espécies na vegetação adulta. A regeneração natural da vegetação
atual apresentou-se muito mais densa se comparada à vegetação original. Para uma maior compreensão da dinâmica da vegetação e dos fatores que interferem no desenvolvimento e recuperação da mesma após ações antrópicas, torna-se necessária a remedição contínua desta área, relacionando os resultados com fatores ambientais e de solo.