Perspectivas da inserção dos produtores rurais da região central do estado do Rio Grande do Sul no mercado regional de alimentos perecíveis: um estudo a partir das estratégias de suprimento das principais organizações de varejo da região
Abstract
O presente trabalho teve como objetivo central a identificação da composição e gestão da cadeia de suprimentos de hortigranjeiros, carne e derivados, leite e
derivados na região central do Rio Grande do Sul. Especificamente, se caracterizou as cadeias de suprimentos dos produtos nas redes varejistas da região, se identificou as estratégias das redes varejistas, bem como os mecanismos de
coordenação existentes e utilizados pelas redes, e, de posse desses dados, se objetivou, também, avaliar as perspectivas de inserção dos produtores rurais da região neste circuito produtivo. Para a execução do estudo de casos múltiplos, se
realizou entrevistas junto aos representantes das redes varejistas da região para o levantamento dos critérios competitivos mais importantes para que os produtores se
insiram no circuito, com que agentes as negociações são feitas e quais mecanismos coordenam as transações entre o varejo e seus fornecedores dos produtos em questão. Do lado dos produtores se fez um levantamento das unidades de produção agrícolas da região que trabalham com os produtos de interesse da pesquisa, bem como a análise da estrutura fundiária, qualidade dos produtos, escala de produção,
comercialização e critérios competitivos que os produtores julgam diferenciados para sua inserção em circuitos formais de comercialização. Pôde-se concluir através dos diferentes panoramas levantados que as redes varejistas não possuem mecanismos de coordenação formalizados com seus fornecedores por situações distintas. Em se tratando das redes de varejo em si, se nota um fenômeno de isomorfismo mimético das redes de menor porte para com as redes de maior porte. Por fim, no âmbito dos produtores rurais, se nota que enfrentam problemas de diferentes naturezas para
acessar as redes varejistas. Fica claro que a falta de profissionalismo por parte dos produtores é o principal entrave para que o panorama se reverta, adaptações que os
levem a escala de produção, logística de abastecimento e serviços de pós-venda são cruciais para que consigam uma alocação em circuitos formais de comercialização.