O olhar da fisioterapia no meio rural - estudo de caso com orizicultores de Arroio Grande, Santa Maria-RS
Resumo
O sistema de produção de arroz no Brasil, em especial no RS, detém uma grande importância econômica e social. Os avanços conquistados do ponto de vista técnico e de disciplinamento trouxeram problemas à saúde do trabalhador rural. O objetivo desse trabalho foi enfatizar a questão do corpo do agricultor como peça fundamental da relação da orizicultura com a produção de patologias. Fizeram parte da amostra 37 agricultores atendidos na clínica de fisioterapia no período de 2003 a 2008, 22 do sexo masculino e 15 do sexo feminino com idade entre 28 e 73 anos. Utilizou-se da metodologia qualitativa e com base em Minayo, além do dispositivo: economia + relações de trabalho + corpo = patologias, proposto por Foucault. Os resultados obtidos
demonstraram que as sessões de fisioterapia auxiliaram ao retorno ao trabalho na lavoura. A lombalgia no caso do sexo masculino e a lesão de joelho no sexo feminino foram as patologias de maior ocorrência. A faixa etária sujeita a patologias mais freqüente compreendeu a idade de 55 a 65 anos. Observou-se a maior procura pelo serviço de fisioterapia nos meses de Janeiro, Julho e Agosto, período de entre-safra. Concluiu-se que o trabalho na orizicultura, relaciona-se com exigências econômicas e tecnológicas que o determina, contribuindo para a geração de diferentes patologias. Os orizicultores foram orientados durante os atendimentos de fisioterapia quanto às formas de prevenção oriundas de sua ocupação na lavoura, dando ênfase á Educação Postural. Recomenda-se a necessidade de avançar nas ações de promoção e prevenção à saúde do trabalhador, procurando uma intervenção concreta na relação saúde/trabalho rural, através de ações de vigilância e educação em saúde.