Lógicas vivenciais da identidade extensionista em uma organização pública de extensão rural
Resumo
Nesta dissertação procura-se compreender o processo de identificação e construção da identidade profissional sob a ótica dos extensionistas rurais e a influência das organizações públicas de extensão rural neste contexto. Para tal são estudados conceitos de identidade, identidade profissional e identificação organizacional. A pesquisa é baseada em um estudo de caso que possui como cenário uma empresa pública de extensão rural do estado de Santa Catarina. Foram realizadas 22 entrevistas, sendo 21 com extensionistas rurais locados em municípios distribuídos em oito regiões do estado e uma com o diretor de extensão rural da organização estudada. A análise se concentra na lógica vivencial da identidade extensionista, na identificação dos extensionistas rurais com a organização e na satisfação profissional. Os resultados apontam a definição de três perfis extensionistas: orientados à empresa, autofocados e orientados por um ideal, que apresentam inegável coerência em sua configuração, resultado de uma dupla transação, uma entre o individuo e seu passado, e a outra entre o individuo e a organização, construídas por meio de processos de socialização diversificados e diferenciados. Verifica-se a existência de diversos fatores que influenciam a identificação dos extensionistas rurais com a empresa, cujo grau se mostrou bastante alto. Observa-se também, que o extensionista rural quer ser reconhecido internamente pelo seu desempenho e dedicação, bem como, ter perspectivas efetivas de ascensão profissional. Finalmente, a chamada crise de identidade não e reconhecida por todos os entrevistados e adquire sentidos distintos. Para alguns pode tratar-se da quebra de valores tradicionais e de referências até então aceitas como norteadoras da vida destes profissionais, o que induz a modificações das construções mentais associadas à identidade previamente construída.