Os métodos de extensão rural empregados pela Epagri no Alto Vale do Itajaí - SC
Abstract
A Extensão Rural no Brasil tem passado por diversas transformações na sua forma de atuar e desenvolver o trabalho junto aos agricultores. Os métodos de extensão guardam estreitas relações com essas transformações e em grande medida continuam sendo, desde a criação dos serviços oficias de Extensão Rural, a identidade do trabalhador das instituições extensionistas no país. Este estudo analisou o emprego dos diferentes métodos de extensão rural pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). A pesquisa foi desenvolvida a partir do estudo de caso da Unidade de Gestão Técnica 5, composta por 31 municípios, situada na região denominada Alto Vale do Itajaí - SC, com uma abordagem quali-quantitativa. Os resultados apontam que, em relação à natureza do trabalho desenvolvido pelos extensionistas, ocorre um predomínio das atividades de escritório sobre o trabalho de campo, determinado em grande medida pela demanda do trabalho burocrático gerado pelos programas governamentais. Os dados demonstraram que praticamente 50% dos agricultores e 40% das ações desenvolvidas vinculam-se às atividades de apoio, apontando que grande parte do esforço dos técnicos está relacionada com as demandas dos programas governamentais. Em relação à natureza dos métodos de trabalho, constatou-se um predomínio absoluto das técnicas de abordagem individual, que constituem 94,54% das atividades realizadas, havendo entre elas uma ampla predominância dos atendimentos no escritório. Na visão dos técnicos, o predomínio dos métodos de abordagem individual está relacionado à natureza do trabalho que desenvolvem e as mudanças implantadas na gestão da Epagri não surtiram os efeitos desejados no aumento do emprego de métodos de caráter grupal.