A recepção das tecnologias de informação e comunicação entre os agricultores familiares de Santa Maria, Rio Grande do Sul
Fecha
2007-06-29Metadatos
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Este trabalho analisa a recepção das tecnologias de informação e comunicação, TICs, entre os agricultores familiares de Santa Maria, RS. A dissertação foi estruturada em três capítulos: As TICs e o Desenvolvimento aborda o crescimento da Internet; o avanço da telefonia móvel; o panorama da telefonia fixa; a política brasileira de tecnologias de informação e comunicação; os indicadores de tecnologias de informação e comunicação na América Latina; as tecnologias de informação e comunicação no meio rural e a pesquisa de recepção. O segundo capítulo Aspectos Metodológicos da Pesquisa apresenta a caracterização e localização do estudo; o público-alvo e a descrição da
metodologia. A pesquisa foi realizada em duas etapas: uma quantitativa, em que foram aplicados questionários junto a 157 agricultores familiares de todos os distritos do município, e outra qualitativa, que consistiu em três grupos de discussão sobre TICs. A primeira etapa traça o perfil dos entrevistados; identifica quais são as tecnologias de informação existentes nas propriedades rurais; cita os equipamentos de comunicação mais usados; descobre quais os canais de televisão e emissoras de rádio preferidos; o tipo de uso do telefone celular e também o percentual de inclusão digital entre os agricultores familiares. Já a pesquisa qualitativa aprofunda esses resultados, uma vez que registra
declarações que ajudam a compreender a relação dos agricultores familiares frente às TICs. Já o último capítulo Resultados e Discussão mostra os dados obtidos nas duas etapas da pesquisa. A análise é feita com base na perspectiva teórica de Jesús Martín-Barbero que destaca a influência das mediações no processo da recepção. O estudo revelou que as TICs mais comuns entre os agricultores
familiares de Santa Maria são o rádio, a televisão e o telefone celular e esses também são os aparelhos mais usados no dia a dia. A exclusão digital é um problema: 90,45 por cento dos entrevistados nunca usaram um computador pessoal. Por outro lado, o telefone celular é um equipamento cada vez mais
comum: 88,53 por cento dos agricultores declararam que possuem o aparelho mas que o utilizam para finalidades de estrito contato oral, seja com a família, para resolver problemas do dia a dia da propriedade ou obter informações que evitem o deslocamento. Os demais serviços como envio de
mensagens, acesso à Internet e outros, são, em sua maioria, ignorados. Mesmo assim, o índice também mostra que o celular mudou a forma de comunicação no meio rural, consagrando-se como portal potencial de inclusão digital. Entre as mediações que interferem nesse processo identificamos a cotidianidade familiar, a temporalidade social, a competência cultural e também a mediação tecnológica.