Atividade anticonvulsivante do óleo de peixe
Date
2010-08-18Metadata
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A acidemia metilmalônica é um erro inato do metabolismo caracterizado pelo acúmulo tecidual de ácido metilmalônico (MMA) e disfunção neurológica, incluindo convulsões. Os ácidos graxos dietéticos são conhecidos como fonte de energia e reduzem a atividade convulsivante em determinados modelos experimentais agudos de convulsão. Este
estudo investiga se o tratamento crônico com óleo de peixe ou com ácido oléico atenua as convulsões induzidas por MMA. Ratos Wistar machos adultos foram tratados com óleo de
peixe (85 mg / kg), ácido oléico (85 mg / kg) ou veículo (solução aquosa de Cremophor EL® 0,42%, 4 mL / kg de peso corporal / dia), via oral, por 75 dias. No 73º dia foi implantada uma cânula no ventrículo lateral direito e dois eletrodos sobre o córtex parietal para o registro eletroencefalográfico. No 76º dia metade dos animais de cada grupo foi injetada com NaCl
(2,5 Smol / 2,5 SL, i.c.v.), e outra metade com MMA (2,5 Smol / 2,5 SL, i.c.v.), e a atividade convulsiva foi medida por EEG e monitoramento comportamental concomitantemente. O
efeito da prostaglandina E2 (PGE2) na atividade Na+, K+-ATPase foi determinada em fatias de córtex cerebral dos animais injetados com NaCl (controle). A administração de óleo de peixe aumentou a latência para as convulsões tônico-clônicas induzidas por MMA e reduziu a amplitude média dos registros ictais de EEG. O ácido oléico diminuiu a amplitude média dos registros ictais de EEG. O tratamento com óleo de peixe preveniu a diminuição da atividade da Na+, K+-ATPase induzida por PGE2 em fatias corticais in vitro. Os resultados
suportam um papel importante anticonvulsivante do óleo de peixe sobre as convulsões induzidas por MMA. A prevenção da redução da Na+, K+-ATPase induzida por PGE2 nos
animais tratados com óleo de peixe pode estar relacionada à sua atividade anticonvulsivante atualmente relatada.