Níveis séricos maternos de estradiol, estriol e progesterona em partos induzidos com dinoprostona em gestantes a termo
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Date
2011-07-13Segundo membro da banca
Martini, Ana Carolina
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A quiescência uterina mediada por hormônios envolve a manutenção de uma
responsividade inflamatória reduzida. Contudo, nenhum estudo investigou se a
indução do parto com prostanóides está associada com alterações em hormônios
séricos maternos. Os objetivos deste estudo foram determinar se as alterações nos
níveis circulantes de progesterona, estradiol e estriol desde a admissão até o parto
estão associados à indução bem sucedida do parto com dinoprostona. Uma coorte
de 81 mulheres grávidas a termo foi acompanhada desde a admissão até o parto,
durante o período de 2010-2011. O estudo foi realizado no Hospital da Universidade
Federal de Santa Maria, um hospital de cuidados terciários. Indivíduos não
selecionados foram recrutados e amostras de sangue foram obtidas na admissão e
imediatamente antes do nascimento. Dezesseis pacientes tiveram parto vaginal
após trabalho de parto espontâneo, 12 necessitaram a realização de cesariana de
emergência após trabalho de parto espontâneo e 16 foram submetidas à cesárea
eletiva. Trinta e sete pacientes tiveram indução de trabalho de parto com
dinoprostona. As pacientes elegíveis receberam um pessário de inserção vaginal de
dinoprostona (10 mg), e foram acompanhadas até o parto. Os níveis plasmáticos de
progesterona (P4), estradiol (E2) e estriol (E3) e as relações P4/E2, P4/E3 e E3/E2
foram observadas da admissão até imediatamente antes do nascimento, e a
associação destas medidas com a classificação clínica resultante foi avaliada (via de
parto e resposta à indução). Os níveis plasmáticos de progesterona diminuíram
desde a admissão até o nascimento em pacientes que responderam à indução com
dinoprostona [parto vaginal e cesáreo após trabalho de parto induzido: redução de
23% (P<0.001) e 18% (P<0.025), respectivamente], mas não nos quais a indução
falhou (redução de 6.4%, P>0.05). Os níveis de estriol e estradiol, e as relações
P4/E2, P4/E3 e E3/E2 não foram diferentes entre os grupos. O sucesso da resposta
à indução de parto com dinoprostona esteve associado com a redução no nível de
progesterona materna ao longo do tempo. Enquanto uma relação causal entre a
redução na progesterona e o trabalho de parto efetivo induzido pela dinoprostona
não pode ser estabelecida, é tentador propor que possa contribuir para a retirada da
progesterona e favorecer a indução do parto em humanos.