Avaliação da suplementação de creatina em ratos com traumatismo cranioencefálico sobre a suscetibilidade a crises epilépticas
Fecha
2013-03-02Metadatos
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Este trabalho apresenta uma análise dos efeitos da suplementação de creatina sobre parâmetros de suscetibilidade à crise epiléptica induzida por pentilenotetrazol (PTZ) em dose subconvulsivante, por modelo experimental de traumatismo cranioencefálico (TCE) em ratos. O traumatismo cranioencefálico (TCE) é um evento neurológico agudo que pode levar à doença neurológica crônica, como a epilepsia. Devido a magnitude do problema, diversas formas terapêuticas vêm sendo testadas, porém muitas falharam e ainda, poucas levam em conta o desfecho da suscetibilidade à crises epilépticas, além de se concentrarem em um período muito precoce da patologia, ficando longe da realidade dos pacientes de países subdesenvolvidos. A creatina consiste num interessante composto a ser avaliado para esse fim, já que apresenta propriedades neuromodulatorias e de regulação da plasticidade sináptica em neurônios em desenvovlimento. Assim, tornou-se interessante investigar se existe algum efeito da creatina nesse cenário. Para isso, realizou-se suplementação de creatina por gavagem em ratos submetidos ao TCE por percussão de fluído, iniciada esta suplementação uma semana após o TCE, uma vez ao dia, por quatro semanas, sendo o teste com PTZ realizado duas horas após a última dose. Também foi realizado um protocolo semelhante para verificar se o efeito da creatina era duradouro e outro, para verificar o efeito agudo, logo antes do teste com PTZ. Foram mensurados o tempo de latência para crises mioclônica e tônico clônica generalizada, tempo total de crise generalizada, gravidade da crise através da escala de Racine, bem como quantificada as descargas epileptiformes e ondas de fuso antes e após a administração de PTZ. Como resultados principais, encontrou-se a diminuição da suscetibilidade à crises epilépticas nos ratos suplementados por um mês, e o efeito permaneceu mesmo quando houve retirada da creatina por uma semana adicional, porém, esse efeito não foi observado na administração única do composto. Também houve correlação positiva do aparecimento de descargas epileptiformes e atividades de fuso, ambas reduzidas nos animais suplementados continuamente. Assim, a creatina apresenta-se como substância candidata à testes em estudos com traumatismo cranioencefálico, com a finalidade de diminuir a suscetibilidade à crises epilépticas.