Efeito de dose única de vitamina D nas concentrações séricas de citocinas em mulheres idosas na pós-menopausa
Resumo
A vitamina D é um importante imunomodulador. Estudos epidemiológicos têm demonstrado que a deficiência de vitamina D prejudica as funções imunológicas e participa na patogênese de doenças infecciosas e autoimunes. A suplementação de vitamina D tem demonstrado significativas alterações nas concentrações circulantes de marcadores inflamatórios em diferentes condições clínicas. No entanto, o efeito de dose única e elevada de vitamina D3 no sistema imune de pessoas idosas, permanece obscuro. Nós realizamos um ensaio clínico, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo para avaliar o possível efeito benéfico de uma dose oral única de 300.000 UI de vitamina D3 em marcadores inflamatórios em mulheres idosas na pós-menopausa. Um total de 40 mulheres com idade superior a 60 anos foram selecionados para receber 300.000 UI de colecalciferol (n = 20) ou placebo (n = 20) no início do estudo. As dosagens de 25-hidroxivitamina D séricas [25(OH)D] foram semelhantes em ambos os grupos no início do estudo [16,4 ng/ml (± 3,8) no grupo vitamina D e 15 ng/ml (± 3,7) no grupo placebo, p = 0,23]. Os níveis séricos de IL-6, TNF-α e IL-10 foram medidos por ELISA no início do estudo e 30, 60 e 90 dias após a intervenção. No grupo da vitamina D, verificou-se uma diminuição significativa na percentagem média dos níveis de IL-6 (30.8 %, p = 0.006) e TNF-α (48.6 %, p < 0.0001), associada com um aumento percentual médio significativo nos níveis de IL-10 (68.4 %, p < 0.0001) após 90 dias. Concluímos que uma dose oral única de 300.000 UI de colecalciferol, em um curto espaço de tempo, é capaz de melhorar o perfil das citocinas em mulheres idosas com deficiência de vitamina D.