Hare sobre a falácia naturalista
Resumo
Este trabalho tem por objetivo apresentar a crítica de Hare às teorias éticas que cometem a chamada falácia naturalista . Estas teorias, segundo o autor, buscam uma definição para as palavras de valor palavras que alicerçam a maioria das teorias morais. Hare duvida da possibilidade de definição de palavras como bom , certo , justo , pois acredita que tais termos são usados para recomendar, ou não, certas
atitudes, para julgar certos atos. Para analisar esta falácia, o autor propõe o estudo lógico das palavras de valor envolvidas nos julgamentos morais, procurando, reflexivamente, esclarecer o papel de palavras como bom dentro do discurso moral. A discussão da proposta metaética hareana está dividida, neste trabalho, em três capítulos. O primeiro trata da origem do termo falácia naturalista , expresso inicialmente por Moore, onde este firma sua posição sobre a indefinibilidade do termo bom e sobre a falácia cometida ao identificá-lo com objetos naturais. Ainda neste capítulo há uma análise da relação ente o problema definicional proposto por Moore e o problema inferencial da Lei de Hume . No segundo capítulo está a crítica de Hare às teorias naturalistas e sua defesa da aplicabilidade da lógica ao discurso moral
que ele acredita ser essencialmente prescritivo através de uma reformulação de sentenças. No terceiro capítulo estão expostas as críticas feitas à visão hareana das teorias naturalistas, bem como uma análise destas críticas. Esta breve apresentação do tema permite chegar ao entendimento que Hare tem boas razões para rejeitar o naturalismo.