Realismo e pluralismo: a filosofia da ciência de Karl R. Popper
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2012-03-08Metadatos
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O presente trabalho tem por objetivo principal apresentar uma interpretação da obra de
Karl Raimund Popper que leva em consideração dois problemas e suas respectivas soluções
propostas pelo autor. Primeiramente buscar-se-á tratar do problema que emerge do debate
sobre que entidades podem ser consideradas reais, a saber, se e como entidades abstratas
interagem com o mundo físico. Popper não aceita as posições monistas e dualistas porque
ambas levam ao determinismo. Assim, para resolver tal problema, o autor propõe uma noção
de realidade tripartite, afirmando que a realidade é composta pela interação de três mundos: o
mundo físico (Mundo 1), o mundo dos estados mentais (Mundo 2) e o mundo das entidades
abstratas objetivas (Mundo 3). O Mundo 3 é habitado por diferentes tipos de teorias, muitas
delas muito semelhantes às teorias científicas, embora não pertençam às ciências empíricas.
Isso leva ao segundo problema tratado no presente trabalho. O problema da demarcação
consiste em demarcar os domínios da ciência, distinguindo-os dos domínios das demais
teorias não científicas. Popper resolve este problema abdicando do uso da indução, dada sua
invalidade e por acreditar que ela leva a ciência ao irracionalismo, propondo em contrapartida
um método dedutivo de tentativa e erro. Assim Popper critica o Verificacionismo, tido por ele
como um critério de demarcação que se utiliza da lógica indutiva, e propõe em seu lugar o
Falsificacionismo. Visa-se, portanto, unificar essas teorias demonstrando que uma pode ser
interpretada como consequência da outra, buscando assim apresentar o pensamento de Popper
de forma mais abrangente e demonstrando a importância de trabalhá-las em conjunto para
compreender alguns aspectos da teoria dele como a noção de verdade e do crescimento do
conhecimento.