A superação do solipsismo a partir da 5ª meditação cartesiana: uma interpretação ética
Resumo
O presente trabalho tem por objetivo dissertar sobre o solipsismo como problema filosófico e
a tentativa de superação a partir da fenomenologia husserliana. Partiremos da análise do
conceito de solipsismo e em seguida descrevemos o lugar que o mesmo ocupa nas filosofias
de Agostinho, Descartes e Husserl. A seguir trataremos acerca da intersubjetividade em
Husserl como tentativa de superação. Destacamos a importância da discussão que Husserl dá
a questão do outro e, com isso, analisar com os pensadores Merleau-Ponty, Levinas e
Waldenfels e a superação ética do solipsismo. Com vistas a atingir tal objetivo, faremos uma
análise reconstrutiva e imanente, dividida em três partes, dos aspectos pertinentes para esta
temática, bem como na literatura crítica disponível. Descreveremos a trajetória filosófica de
Husserl, os aspectos básicos de sua fenomenologia no que concerne a questão do solipsismo e
como é realizada a tentativa de superação por meio da intersubjetividade. Dessa forma, em
um primeiro momento trataremos de tematizar o conceito de solipsismo em geral,
perpassando pelas filosofias de cunho subjetivistas como Agostinho e Descartes. A seguir os
conceitos centrais da fenomenologia serão analisados, assim como o distanciamento destes
frente à tradição filosófica e sua possível resposta ao solipsismo. Ao final, analisaremos o
modo como, a partir da proposta husserliana da intersubjetividade, é encaminhada a questão
da intersubjetividade nas filosofias de Merleau-Ponty, Levinas e Bernhard Waldenfels a fim
de superar a acusação de solipsista e colocar o tratamento ético necessário com relação a
outrem.