Metáfora e imaginação poética em Paul Ricoeur
Resumo
Esta dissertação teve como objetivo geral mostrar o desenvolvimento das teorias
mimética e imaginativa que Ricoeur formulou a partir do conceito de inovação semântica
relacionado aos enunciados metafóricos. Seguimos, com Ricoeur, a inserção da mímesis
aristotélica ( pôr sob os olhos ) e da imaginação produtora (doutrina kantiana do
esquematismo e jogo livre ) na filosofia contemporânea, no diálogo com a fenomenologia
husserliana e com a filosofia analítica através de seu vocabulário (o ver como
de Wittgenstein). Procurou-se reconstruir a fundamentação ricoeuriana da produção de
imagens poéticas, e sua importância prática na redescrição da realidade e na arte: a utopia
e a criatividade. Entendemos que para mostrar essa criatividade dentro da filosofia
de Ricoeur foi necessário fazer referência às disputas em torno da metáfora, do conceito
e da imaginação, e acompanhar a disputa com Derrida acerca da tese de Nietzsche (as
metáfora intuitivas originárias ), além de apresentamos os aspectos cognoscitivos da
imaginação poético-criadora. A relevância prática dessa teoria, assim como os elementos
estéticos encontrados nela, é discutida através dos comentadores que deram primazia
ao papel constituinte da imaginação e da metáfora (Jérôme Cottin, Jean-Luc Amalric).