Epicuro e o epicurismo: a filosofia enquanto exercício para o bem viver
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2015-03-19Metadatos
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A presente dissertação teve por objetivo explicitar o modo como Epicuro desenvolveu seus argumentos em favor da ataraxia como finalidade da vida. São poucos os escritos que dele restaram: três cartas (Carta a Heródoto, Carta a Pítocles, Carta a Meneceu), cada uma endereçada a um discípulo em específico, bem como algumas máximas (Máximas Principais e Sentenças Vaticanas), nas quais se encontram seu tetraphármakon um conjunto de quatro máximas que constituem o fundamento de sua Filosofia. Para Epicuro, o princípio (arché) e o fim (télos) de toda ação humana corresponderia a um estado físico e mental de imperturbabilidade. Essa condição almejada por Epicuro era expressa pelo conceito grego de ataraxia (ἀταραξία), presente também entre os estóicos e os céticos. Entretanto, os meios a partir dos quais a ataraxia seria alcançada divergiam entre essas três correntes filosóficas. Em Epicuro, de modo especial, a ataraxia seria possível apenas na medida em que as fontes de erro fossem extirpadas, motivo pelo qual ele se esforçou em esclarecer: (a) os mecanismos naturais através dos quais os seres humanos se relacionam com o mundo; (b) os princípios da Natureza (phýsis), cujo desconhecimento resultava na crença de seres divinos que castigam a raça humana. É da investigação acerca do homem e da Natureza, com vistas à ataraxia, que surgem as considerações de Epicuro sobre a religião, sobre o medo da morte e sobre o prazer. Isso evidencia a unidade da Filosofia de Epicuro. Preocupado com a condição cultural, política e religiosa do homem, ele foi da Física à Ética, perpassando, dessa forma, por diversos caminhos do saber.